sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Comparando grandes obras


Nada mais envolvente do que rodar um filme político social em forma de sátira. "Obrigado por fumar" já vem causando impacto pelo próprio título que desperta atenção, o que toda grande publicidade busca.
A brincadeira em questão, revela fundos de pura verdade, polemizando a importância da mídia na formação da opinião de massa e de quebra, tira sarro do comércio do tabaco, aproveitando para colocar o da bebida e das armas na fogueira. Os atores mais vistos em filmes de fácil compreensão mostram todo seu talento ao transmitirem mensagens que provocam a estabilidade social.
Além do poder da propaganda já comentado, outro ponto interessante é a participação do consumidor que como um ser pensante pode dizer não ao malefício do tabaco, mas prefere ser tratado como objeto, exercendo o papel do principal investidor das “máfias”. Falando em vício, sempre questionei o por quê do tão citado relaxamento que o cigarro provoca, ao tê-lo em seus dedos você pode se acalmar não pela substância, mas pelo fato de encontrar posições confortáveis que inclusive se tornaram charmosas pelas imagens exibidas por filmes e novelas. Em um roda de conversa, sem o tal “canudinho” ou “copinho”, seja esperado uma suposta autenticidade e essa expectativa causa tensão. Assim como todas as drogas o cigarro é entorpecente como a paixão e por sua vez quem não a deseja? Argumentos politicamente errados são usados, porém, maquiavélicos o suficiente para se tornarem agradáveis e eficientes para a associação defendida publicamente. Muito diferente observar que a moral familiar do filme existe, mas não toma conta da trama, ela é considerada, mas não desencadeia nenhum sentimentalismo exacerbado, deixando de lado o conteúdo piegas, tão usado por filmes norte-americanos.
Falando na arte da argumentação, podemos citar: “Doze homens e uma sentença”, que vem merecendo carregar o peso de ser um clássico e imperdível filme do cinema da década de 50. Obra cinematográfica primorosa, uma escola com a missão de ensinar discursos irretocáveis, embasados, daqueles difíceis de contestar ou discordar. Ao contrário de “Obrigado por fumar” a obra vem como drama, o que proporciona mais emoção e talvez reflexão aos princípios do julgamento e do ato de decidir por si próprio, realizando investigações sensatas e responsáveis. O mais brilhante na saga, aparentemente parada é a coragem de um ser humano ao lutar pela verdade, diante do que parece impossível.
Apesar dos gêneros diferentes os filmes demonstram forte capacidade de mexer com os calos da sociedade, insistentemente ignorados, a liberdade de escolha e a responsabilidade pelos seus atos.

Mariana Guedes

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