sexta-feira, 26 de setembro de 2008

De quem é a culpa?


Já escutamos falar que o profissional da mídia tem semelhanças com os advogados. Os doutores pensam que são Deus, mas os jornalistas têm certeza. E com tanta confiança, quais critérios adotaremos para buscar qualidade de informação?
A vaidade que assola a mente da maioria dos comunicadores pode ser notada com mais facilidade pelo simples e óbvio fato de ser exercida publicamente, porém, não significa ser maior que o mesmo “pecado capital” do leitor. É da responsabilidade não só do divulgador de notícias verificar o impacto do material transmitido, mas de quem recebe também. Esse receptor deve se desprender de hábitos empobrecidos, como o de desejar tudo pronto para depois repetir como um discurso próprio e muito bem pensado.
Antes de buscar informação ou até mesmo formar opinião, o leitor deve se basear na sua intelectualidade ou até mesmo na sua experiência de vida.
A mídia não faz vítimas sozinha, ela precisa alimentar-se da tal ignorância que tememos admitir que existe. Acho engraçado, quando ela é acusada de falta de ética ou moral? Falemos então um pouco delas, inclusive atualmente tão banalizada. Ainda que alguns veículos não tenham ou se meçam diante de tais questões, desde quando um erro justifica o outro? Se você matou, eu também posso?
Quando a manipulação midiática se faz presente, a verbalização de acordo com os interesses da empresa ameaça, devemos aceitar e vitimizar-nos diante do incêndio que tínhamos como opção não participar?
Tem também, as constantes criticas a Internet. Sim, é leitura rápida (às vezes) no corpo de alguns textos existem erros de português, sabe-se sempre dos últimos acontecimentos, mas a origem ou o desenrolar da história nem sempre vem acompanhado por links “leia mais”. Só que existem uma gama de veículos a serem escolhidos, e hoje até os mais cults são digitalizados. Quem sabe podemos dizer até que o utópico e permissivo à conquista da sonhada própria opinião, talvez exista.
Ainda que a poderosa mídia direcione mensagens a um público “indiferenciável”, cada um possui seu poder de escolha, seu nível de fragilidade ou de resistência.

Mariana Guedes

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