segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O poder das imagens


Sem dúvida os programas televisionais, mais assistidos pela massa são os jornais, novelas e programas de auditório.
Os jornais seguem praticamente a mesma receita: uma notícia a ser desenvolvida envolvendo economia ou política, outra divulgando um crime, aí vem o esporte e curiosidades do dia-dia. Existem outros fatos que merecem divulgação, porém, estes sem relevância de interesse comercial. Não tem marketing.
As novelas quando não são assumidamente “canastronas” como as do México, são cheias de propaganda, onde cenas mais irrelevantes ao contexto da trama são interrompidas para o anúncio de uma grande marca. Associando o adjetivo citado à prática dos anunciantes investirem uma boa quantia para aparecerem em horário nobre e dentro de outro “produto” com garantia de audiência. Investimento certo.
Os programas de palco, em sua maioria, promovem o aparecimento de pessoas já vistas em novelas, de grupos musicais ou músicos, personalidades, estas, convidadas ou que devem sua presença, ao trabalho de seus assessores contratados. Notoriedade comprada.
A televisão proporciona ao telespectador, uma sensação de relaxamento, traz imagens rápidas e fáceis de serem entendidas, principalmente, pelo trabalhador que desgastado fisicamente e mentalmente não resiste à cultura de se despejar no sofá com o controle remoto na mão.
O diálogo entre familiares fica para depois, o programa alternativo para outro dia, ou nem mesmo faz parte dos planos, e a conversa com os amigos pode ser pelo computador. As idéias trocadas são sobre o conteúdo que assistem, e muitas vezes não é de forma óbvia, como o fato de comentar o que aconteceu com tal personagem.
É fácil escutarmos: ”Você viu o vestido ou o sapato de fulana de tal na novela?” ou “Não suporto mais meu casamento,” depois de ter vislumbrado a vida fictícia de uma personagem super auto-suficiente e bonita, aquela beleza montada da moda do momento, é claro.
A essência do ser humano, os anseios de verdade, a vida como ela é, existem, mas estão sempre dormindo na vida de muitos, estes que constituem a tão citada massa.


Mariana Guedes

sábado, 15 de novembro de 2008

Ética, Moral e Deontologia


Praticar a ética é determinar a melhor conduta, por meio de princípios e valores estabelecidos com base na sabedoria e justiça. Ser ético significa agir visando o bem comum não apenas pra si, mas com relação ao outro, ou ao conjunto.
A moral é definida com base no julgamento da sociedade e de um modo geral, compara e decide pela opinião da maioria. O amoral não se insere na moralidade por indiferença, ou por ignorância, enquanto que o imoral “nada contra a corrente”, ou seja, inflige às regras e vai contra as normas morais.
A Deontologia está relacionada com a conduta profissional adotada pela empresa, isto é, as regras devem ser obedecidas para manter a ordem e o cumprimento dos deveres sem visar o benefício próprio, ou restrinção de pessoas. Em algumas profissões é estabelecido o código de ética e caso seja desrespeitado, implica em punições.
A ética vem antes da moral, pois dita as regras e os valores do indivíduo com relação ao meio onde vive. A moral é avaliada com base no respeito e cumprimento da ética, já a Deontologia visa a moral e a ética na conduta do indivíduo no exercício da profissão de acordo com as normas da empresa onde trabalha. A lei se refere às obrigações, e o indivíduo pode ser punido, caso não siga as ordens e normas estabelecidas.


Yrley Morato

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Horário, por que te quero?



Há três anos e meio, dos cinco anos trabalhados como assistente administrativa na Center Odonto, Comércio e Assistência Técnica de Equipamentos Odontológicos, (olha o Lead aí gente ...) tento mudar uma rotina que de fato me incomoda: PARAR DE CHEGAR ATRASADA. Preferi aumentar a letra nesta frase, pois essa meta vem funcionando como um aviso constante em minha cabeça, daquele tipo que se coloca em banheiro público: “PUXAR A DESCARGA APÓS O USO” ou “NÃO JOGAR PAPEL NO VASO SANITÁRIO”.
Essa estranha mania que com certeza vem me perseguindo como um encostozinho de humor negro de 5ª (tá escutando?) insiste em me irritar.
Foram várias as medidas, vários os conselhos. Não só acordo às 6h00, o que já é um grande feito, pois não durmo antes das 2h00, como coloco a roupa do dia seguinte no cabide, na porta do guarda-roupa. Rotina de exército, que, aliás, nem gosto, mas admito que quebra um galho, aprendi com meu esposo. Outro que me irrita, tudo bem que entra mais cedo, mas mesmo assim, acho muito conveniente suas manhãs. Levanta, toma um banho, coloca sua roupinha, beija nossa filha (que ainda dorme) eu (bem gostoso) e faz um cafuné no Carlito (nosso cachorrinho) saindo todo prosa para trabalhar e quando reclamo, ainda diz:
- Pô Má! Temos obrigações diferentes. Tenta acordar mais cedo. (Que filha ... deixa pra lá, gosto da minha sogra)
Aí chega minha vez, pra lá e pra cá e querendo vencer o tempo já me atrapalho com meu próprio passo descompassado. Vou ao encontro da minha filha, dou vários beijos, ergo seu corpinho pela metade e tiro sua camisola. Coloco a parte de cima da roupa e apesar de seu olho ainda fechado, vou conversando com seu ouvido esperando que o seu subconsciente me ajude. Dou mais um tempo para ela, e novamente no meu quarto escutando o noticiário, me troco. Acabo, volto para terminar o outra troca de roupa e lá está ela, coberta novamente e ainda no 13º sono.
- Chega Ingrid, acorda!
Com um tom de voz mais firme e elevado, a frase sempre funciona como um eficaz despertador. Desperta como uma lagartixinha fazendo alongamento e toda dengosa solicita:
- Mamãe, faz tetê!
- Bom dia né, Dna. Filha! Lembro a minha patroa.
Desço correndo para cozinha, levo leves mordidinhas do meu cachorro na ponta do dedão do pé, afinal ele está querendo brincar e enquanto preparo o leite da minha senhora, tomo o meu, andando a caminho da sala, onde penteando os cabelos ela me aguarda e assiste um pouco de desenho. Até aí já são 7H15.
Pego toda a bagagem diária (material da faculdade, minha bolsa e as coisas dela) e chispo para a casa de minha mãe, parada obrigatória, antes de chegar no serviço. A casa da vovó, a dois quarteirões e meio da minha, fica distante quando minha filha não consegue acompanhar o passão da mãe aqui, que ansiosa, sabe da impossibilidade de carregá-la (são 26 kilos) ou até mesmo propor uma corrida para ver quem chega primeiro.
Finalmente chegando, já são 7h35, disponho novamente seu lanche, agora em outra geladeira. Deixo os pertences da escola devidamente separados e saio em disparada rumo ao ponto de ônibus, balançando minha outra filha, toda agitada dentro da barriga. O transporte coletivo que obedece a determinados horários vai passar umas 7h50 e contando com um trânsito muito infernal, daqueles que além de infinitos carros contam com vários adestradores, (faróis) é lógico que não vou conseguir chegar naquele que parece o inatingível horário de entrada, 8h00 da manhã.
Inacreditável! Mais uma vez chegando cansada e atrasada. E como se não bastasse, tem os comentários, os olhares de julgamento, as gracinhas sem graças do tipo: - Boa noite, Dna. Mariana! E claro, o cumprimento cordial da chefia que não acontece. Imagino os vários conceitos que formam. Preguiçosa, desorganizada, folgada ...
Só que no 5º dia útil, meu salário está todinho lá e no final das contas sobra mais consideração do que críticas. Sim, já chegaram a descontar duas vezes e no início do drama, também cheguei a tomar uma advertência. Mas hoje percebo que se tornou uma característica (pra não falar defeito) que sempre lutei para não ser a principal, e enquanto muitos, que chegaram pontualmente estão sem fazer nada até às 8h22, (minha marca) eu estou pronta para rodar. Daí, talvez a produtividade, valha mais que o arcaico cartão de ponto.
Hoje, só para constar não cheguei às 8H22, mas às 8h24.

Mariana Guedes

Comportamento midiático


Já muito comentado por estudiosos do assunto, os termos “comunicação de massa” ou “sociedade de massa”, podem significar a criação de informações para uma coletividade indiferenciável de indivíduos, ainda que venham de ambientes diferentes. Agindo da mesma forma e por falta de tempo, devido à integração total do sistema de consumo, não vivem de acordo com sua essência e, simplesmente existindo, vão se desapegando das tradições, tornando-se facilmente manipulados de diversas formas.
A mídia conhecida também por quarto poder, apesar de mudar na maioria das vezes de posição chegando ao primeiro, é forte, pois com sua capacidade de propagação agenda (agenda-setting) conteúdos específicos que comprados, fazem a mente do “grande público” e determinam comportamentos.
Outro meio a ser citado como agendamento, é o esquema de educação, que antigamente ensinava os primeiros princípios ao ser humano em casa. Agora os pais preocupados em manterem seus filhos em padrões sociais estabelecidos, principalmente os de classe média e alta (os de classe baixa não tem muita opção), transferem a responsabilidade às escolas, entre outras instituições que possuem valores também ligados ao consumo.
A maior parte da rede de ensino escolar, inclusive as públicas, não promove aspectos sócio-construtivistas que visam o método de aprendizado por reflexão, mas sim o da repetição, e de forma técnica, vai ensinando nossas crianças por memorização, o que não proporciona necessariamente o entendimento.
Criam-se lacunas e a maioria dos meios de comunicação vão trabalhando em “solo fértil”. A falta de “capacidade” de uns ou estímulo dispensado a estes, é o pão de outros.
O senso crítico que em menor escala existe e resiste, não chega a provocar revoluções, uma vez que a cultura genuína é duramente sufocada e desvalorizada.

Mariana Guedes

Cegueira social



É comum buscarmos a verdade, a alma de uma pessoa, fixando nosso olhar em seus olhos. E quando nos falta esta ferramenta? Olhamos, mas enxergamos?
Tempo de crise, um mundo sem tempo para compaixão, a guerra dos sentidos humanos aflorada e a luta pela sobrevivência, são uns dos temas retratados no longa, "Ensaio sobre a cegueira".
O filme dirigido por Fernando Meirelles, adaptação do livro do escritor português José Saramago, provoca grandes reações e como se não bastasse, incomoda e abre a complexas interpretações. Para ser subentendido em seu sentido próprio e figurado, narra a saga de uma cidade vítima de uma inédita praga: a “cegueira branca”, que sem grau de surgimento, acomete as pessoas de forma incurável.
Impossibilitadas de enxergar e carregando o peso de infectar seu próximo, são afastadas pelo governo para um abrigo, onde lá vivem somente com pessoas tão "incapazes" quanto a si próprias.
O filme que conta com interpretações como a de: Mark Ruffalo, Danny Glover e Alice Braga, teve também a feliz escolha da protagonista Julianne Moore. De forma visceral, a atriz interpreta a mulher do médico, única personagem a não se contagiar com a doença, mesmo em constante contato com os infectados, mas que em compensação tem a visão panorâmica de enxergar o comportamento exercido pelo homem, quando este se vê em profundas adversidades.
Tudo que é instinto vigora. A civilização que impera na sociedade cai e a primitiva cultura forçosamente criada, mostra o ser humano talvez no seu mais cruel estado de natureza.
Não à toa, o cenário mais mostrado do filme tem a semelhança de um campo de concentração. A falta de nomes e história dos personagens passa despercebida durante o filme, tamanha a intensidade que o desenrolar da trama estabelece.
Placas, locais, carros são alguns dos adereços norte americanos que surge na cidade de São Paulo, onde o filme foi rodado e fica difícil reconhecer a cidade brasileira, facilitando um “olhar estrangeiro”.
Já reconhecido por suas direções de Cidade de Deus e Jardineiro Fiel, Meirelles destaca-se mais uma vez pelo viés genuíno de filmar, mostrando com o poder das imagens uma instigante obra de arte, com cenas demonstrando sentimentos coexistentes no nosso íntimo e que despertam beleza e horror, quando realmente vemos.


Mariana Guedes

Novos adultos



O tema “inversão de valores”, nunca esteve tão em voga como atualmente. Só que o seu grau de surgimento não necessariamente aparece na fase adulta.
Nossas crianças já são educadas na sociedade consumista, esta vendida como moderna. São pequenos executivos, cheios de responsabilidade e carregados das expectativas de seus pais. Hoje, elas devem ser protegidas de tudo, mas ao mesmo tempo munidas de um ensino escolar imprescindivelmente particular, que proporcione as condições de se tornarem bem sucedidas.
Já apontado pela historiadora, Mary Del Priore, autora de História das Crianças do Brasil (Contexto), o modelo atual de infância é: “Pobre de conteúdo e transforma a criança em adulto em pouco tempo, com apelos excessivos ao consumo e à sexualização.”
Essa realidade cada vez mais aflorada, tem como reforço outro alvo capitalista: A falta de limites pela busca do sucesso. A solidão e a carência, por quais os filhos tem passado, podem ser analisadas pela constante perseguição à eterna juventude. Não entendida de forma interior, mas na aparência, a maturidade é outro assunto que não é visto na nossa sociedade como algo de valor, de mérito, e com isso podemos lembrar de onde vem a distância e a falta de comprometimento com a formação do caráter dos pequenos. Não é incomum, observarmos pais preocupados em se manterem nos padrões sociais e com isso barganharem com seus filhos sua ausência de forma material.
Além do nível de educação, vêm os presentes, muitos de altos valores quando comparamos com uma compra mensal de produtos alimentícios e que antes de serem adquiridos, foram apresentados em “encantados comerciais”, estes nem notados pela família, pois afinal não temos tempo.
Não há espera, merecimento, disciplina ou um eficiente e simples: Não. A maioria dos responsáveis legais concedem os pedidos realizados sem pestanejar.
É fato que a crescente participação feminina no mercado de trabalho, a partir da década de 80, explica muito do que vivemos hoje, mas não é a grande responsável. É inevitável a delegação de papéis, entre escola, babás e psicólogas, porém, a saída ainda não é a exclusão da mulher do trabalho externo.
“O que precisamos é desprendimento para investir no relacionamento com o filho. Não importa se o tempo disponível é grande ou pequeno. A qualidade da convivência depende mais de se mostrar afetuoso e companheiro”, explica o psicólogo Hélio Deliberador.
Antes de tudo, é importante questionarmos as regras antes de obedecermos. Tomar nossa vida pelas mãos, é na verdade a “meta” que devemos conquistar. São diversos mundos, freneticamente apresentados, que não servem para construção dos nossos futuros cidadãos, estes que, aliás, não devem ser criados dentro de uma redoma, mas sim sustentados com senso de crítica, afim de não se tornarem tiranos em potencial.


Mariana Guedes

Quem ama mata?


A paixão é um sentimento associado à ansiedade, ao prazer e a conquista que muitas vezes é confundida com o amor, mas que deve ser bem ponderada para não tornar-se um sentimento destrutivo e avassalador. Quem não admite a rejeição num relacionamento a dois, não consegue administrar a dor, a perda, a insatisfação e o vazio existencial provocado com a separação, sentindo-se vítima e humilhada com o término da relação. As conseqüências desse comportamento geram o ódio, obsessão e desejo de vingança, trazendo conseqüências graves para os envolvidos.
No Brasil houveram muitos casos famosos de crimes passionais com histórias de traição, egoísmo, inveja ou não aceitação do rompimento, entre eles podemos citar os casos de: Pimenta Neves, Lindomar Castilho, Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, e o mais recente episódio de vingança tão abordado pela mídia sobre o crime de seqüestro e assassinato no caso Lindemberg, que matou Eloá dentro de sua própria casa, mostrando-se um sujeito possessivo e violento que justificou sua atitude devido ao desconforto de ser deixado pela namorada.
Com um perfil patológico os crimes passionais demonstram um desequilíbrio emocional dos assassinos, decorrentes de diversos fatores de nível social ou psicológico, transmitindo uma sensação de poder sobre a vítima e sobre a situação nas atitudes dos criminosos.
Existem casos premeditados e cruéis e, outros levados pela ira e pelo transtorno justificado como ato impensado e momentâneo, mas na maioria das vezes praticados por homens com índole machista, que não aceitam a submissão e a humilhação, e que julgam matar por amor.
É necessário conhecer e saber administrar os nossos medos desde crianças, para não culparmos e potencializarmos nos outros os motivos de nossas perdas e angústias.
Se pudéssemos discernir com racionalidade o que é amor, paixão e afeto e ter controle das nossas emoções, saberíamos responder melhor pelos atos praticados pela sociedade, que torna-se cada vez mais doentia.


Yrley Morato

A VAIDADE MASCULINA


Desde a Antigüidade a beleza masculina já era sinônimo de força, saúde, poder, liberdade e admiração. Retratados em obras de pintores famosos como “A criação de Adão” de Michelangelo e esculpido em mármore como a obra de “David”, a imagem da beleza masculina ainda é vista em corpos esculturais quase perfeitos, atléticos, fortes e bem tratados, associado ao sucesso entre as mulheres e considerado um atributo a mais para o destaque profissional.
A partir das antigas civilizações como os povos egípcios, romanos e gregos que através da arte demonstraram sua cultura, costumes e mudanças de comportamento, notamos que a beleza masculina era relacionada à liderança e tratada como símbolo de veneração e adoração.
As mulheres sempre lutaram pela autonomia e pela igualdade e as conquistas que obtiveram através dos tempos, criaram um conceito e uma visão da realidade que aos poucos é transmitida para os homens modernos, e as tarefas antes vistas como uma obrigação feminina, como cozinhar e cuidar da casa, hoje também são realizadas por eles. Essa mudança no comportamento afeta o contexto social, e contribui para que a preocupação com a aparência não se limite às mulheres, mas dá abertura e liberdade para que os homens tenham acesso a esse mercado cosmético e estético, mesmo que ainda sintam-se constrangidos.
Atualmente é notório e perceptível, o crescimento da indústria cosmética e dos investimentos nas academias de ginástica e nas clínicas de tratamento estético destinados a esse público, já que aumenta cada vez mais o número de homens que buscam satisfação, juventude e perfeição diante do espelho.
Ser bonito e bem cuidado inspira confiança e credibilidade e é fundamental no primeiro contato, seja numa entrevista de emprego, ou numa paquera.
A beleza agrega tanto na vida pessoal, quanto profissional, pois aumenta o ego, melhora o bem-estar e a auto-estima, além de facilitar nas conquistas.
A cada ano que passa a preocupação com a vaidade entre os homens está aumentando, associada ao sucesso e a busca de maiores oportunidades.Em 2006 as pesquisas já mostravam que 71% dos homens consideravam importante ter os cabelos bem tratados, 58% já se preocupavam com a limpeza do rosto, 76% já gostavam de cuidar das unhas, 40% compraram alguma peça de roupa no período inferior a um mês, 68% admitiram a hipótese de fazer uma cirurgia plástica para corrigir ou melhorar a aparência e dessa forma, contribuíram e inseriram-se no mercado estético, segundo a pesquisa da Adonis Report, realizada pela 2B Brasil Marketing.
O Brasil é o sexto mercado mundial em consumo de cosméticos pelo público masculino, que hoje representa 16% dos consumidores, o dobro do percentual registrado no início dos anos 90, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). As cirurgias plásticas e estéticas também estão atraindo a clientela masculina entretanto, os homens exigem qualidade, conforto e satisfação no resultado, quando procuram esses serviços.
As empresas e as clínicas estéticas procuram fidelizar esse público masculino oferecendo confiança e discrição a seus clientes.

O reflexo do espelho
A beleza imposta pela mídia e propagada por meio da globalização é outro fator importante para o avanço na indústria cosmética e estética, pois propõe um perfil padrão tanto para as mulheres, quanto para os homens que se espelham em artistas famosos para tentar se adequar as exigências da sociedade. Porém, o rótulo de “metrossexual” nos dias atuais é representado por homens que quebram tabus, procuram aliar conforto e bom gosto no vestuário, sabem se cuidar, estão familiarizados em diversos assuntos, e que apesar das críticas são másculos e heterossexuais.

O homem moderno
Cuidar da aparência é importante sim, mas o fundamental é manter a saúde e o bem-estar, aliada a boa forma física. Vale a pena lembrar o mito de Narciso que afogou-se por gostar de contemplar a sua beleza refletida num lago, e por não notar mais nada a sua volta.
Contudo, o homem moderno e inteligente sabe dosar dos benefícios que a inovação traz sem se preocupar com as críticas e sem se frustrar, quando o que lhe interessa realmente é agradar as mulheres e a si mesmo.


Yrley Morato

Fetichismo




Fetiche: Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem, ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto (AURÉLIO, Mini Dic.,2000).

A imagem do que é diferente e ousado, chama a atenção aos nossos olhos e pode ser visto com crítica, ou fascínio, por se despojar de conceitos pré-estabelecidos pela sociedade. Assumindo um personagem com “personalidade” por meio de objetos, roupas e atitudes fantasiosas, que perturbam o inconsciente dos indivíduos, desde os mais conservadores por considerarem as armas de sedução um desacato ao pudor, até os adeptos e simpatizantes que atribuem ao fetiche um mundo diferente do real e buscam na fantasia novas formas de prazer.
O fetichismo é pervertido, pois ultrapassa os limites e não estabelece barreiras na busca da satisfação sexual. Quando uma mulher se veste com trajes ousados, decotados, estampas chamativas e animalescas, saias e vestidos curtos, salto alto, maquiagem carregada; ou quando o homem usa roupas íntimas brancas, atenuando o volume da região genital, perfumes marcantes, ou deixam o peito á mostra com atitudes e olhares insinuantes; eles estão usando a sensualidade de forma provocante, associadas ao fetiche.
Tanto a mídia, quanto a indústria da moda já trabalham com artigos destinados a todo tipo de público, que se deleita na fantasia erótica.
Personagens comparados com profissionais fardados como: enfermeiras, policiais, bombeiros, etc., adereços como: algemas, botas cano-alto, meia-calças com corpete e cinta-liga, além de filmes pornôs, contribuem para que o sexo fuja do convencional, porém o equilíbrio entre a realidade e a fantasia é essencial para que satisfação seja atingida sem tornar-se patológica.
O fetiche é uma forma de demonstrar poder sobre o outro, que ao se deixar dominar visa também os seus desejos íntimos, e quem não aceita ser submisso, sente prazer ao tomar partido e ser dono da situação. Em ambos os casos a busca do deleite prevalece, e se torna doentia quando é considerada insaciável, incontrolável, masoquista e perturbadora, invadindo e alterando as relações, causando dúvidas com relação ao conhecimento de si mesmo.
O homem é um animal racional, que no sexo obedece aos seus instintos, entretanto, para que o corpo e a mente estejam interligados, respondendo de uma maneira saudável aos seus desejos e anseios, não se deve confundir satisfação e ilusão com dependência e alienação, e só assim, de forma surreal, atingir o êxtase.


Yrley Morato

AO PÉ DO OUVIDO


O som soa nos ouvidos como uma sinfonia, uma ventania, um barulho do trânsito, um ruído de moto ou de carro, um eco, uma discussão de casal ou gargalhadas provenientes de um bar. Diferentes do som das ondas do mar quando se chocam e são carregadas até a areia, indo e voltando numa cadência harmônica.
No silêncio da noite fica fácil registrar uma variedade de ruídos, como as vozes de uma conversa distante sem definição das palavras, um cão que late e se comunica com os outros cães, a sirene de um carro de polícia e o apito do guarda noturno que patrulha o bairro, todos inseridos numa comunicação auditiva. É fácil perceber quando alguém está próximo, chegando mais perto ou quando está indo embora, parece até que acena com uma das mãos, despedindo-se.
O barulho do telefone que toca certas horas nos irrita, mas também emociona e nos aproxima de quem está do outro lado da linha, intermediando contatos e funcionando como um medidor de voz e de comportamento.
A música tem uma diversidade de sons, às vezes estridente, ensurdecedora com ritmos compassados e acelerados eletronicamente, fazendo pulsar os ouvidos e despertando o desejo de cantar e dançar, ao contrário das músicas calmas e serenas, que se assemelham aos sons da natureza e ao canto dos pássaros, como se brotassem de uma caverna ou sobrevoassem uma montanha ou uma floresta.
A chuva, o raio e o trovão cantam como uma orquestra sinfônica, derramando água, lavando as calçadas, as cidades, as matas e os animais, desaguando nos rios e formando lagos e poças, numa cantoria agitada no início, mas que se acalma e se esvai aos poucos até silenciar.
As reações das pessoas com relação à música são surpreendentes, alguns não se contêm e independente do local onde estejam, querem extravasar, curtir, cantar e dançar, deixando invadir a alma e o corpo na mesma sintonia.
Dentro de um ônibus, no trem, no carro ou no metrô, ela, a música, nos faz companhia e na moda do Mp3, o fone de ouvido se tornou um item obrigatório e alguns cantam sem se preocupar com as críticas, arranhando um inglês incompreensível como se estivessem cantando embaixo do chuveiro. Nas ruas da cidade grande, até mesmo os engravatados aderiram essa moda, pois ao ouvir o repertório de sua preferência, sentem-se como se fossem o personagem principal de um enredo, dando movimento e ação ao cenário e ao caminho por onde passam.
É difícil resistir á música, pois algumas falam a nossa língua mesmo cantada em outro idioma e outras nos fazem pensar trazendo recordações e contando um pouco de nossa história de vida.
Numa passagem rápida pelas calçadas, observe as pessoas, os barulhos e a variedade de sons que nos enlouquecem, mas que sinalizam essa maravilha que é o poder da audição. Saiba ouvir o próximo numa conversa entre amigos, analise e comunique-se com os outros de forma saudável, pois mesmo os deficientes auditivos sabem se expressar e se comunicar.
Quando puder, permita-se extravasar, libere o corpo e a mente, pulando, cantando e dançando até cansar, ou dê uma pausa para o descanso, esparramando-se na cama ou no chão e de olhos fechados curta uma música que lhe toca o coração.
Tente ouvir o silêncio e perceba o que cada som tem a nos dizer, assim notará os outros e a si mesmo, pois como já dizia o cantor Lulu Santos: –“Nós somos feitos de silêncio e sons”.

Yrley Morato

A estética televisiva


Ainda me lembro da época da TV preto e branco, revestida numa caixa de madeira com botões de controle dispostos na lateral e mesmo nesse período, ela já representava a modernidade. Nessa época era comum a venda de porta em porta de telas transparentes coloridas, parecidas com um arco-íris que se encaixavam na frente do visor, sugerindo e antecipando a TV colorida.
Gostava de responder boa noite para o Cid Moreira quando ele encerrava a apresentação do Jornal Nacional e o meu pai foi culpado por isso, por eu gostar da programação da Rede Globo, mas confesso que atualmente ele assiste aos jornais de outros canais e é muito crítico com relação aos programas de entretenimento, mas continua fiel ao JN hoje apresentado pela Fátima Bernardes e o seu esposo. Novelas famosas como a da viúva Porcina de Roque Santeiro, Vale Tudo, Terra Nostra e a pergunta que persiste até hoje: “Quem matou Odete Roytman?”, são ficções baseadas na vida real que realmente fazem parte da rotina da maioria dos brasileiros, que não perdem por nada o último capítulo.
Atualmente, as TVs já não são mais as mesmas vendidas em diversos tamanhos e espessuras, tons prateados, designer futurista, teclas discretas, tela digital, conta ainda com acessórios de controle remoto, áudio similar ao do cinema, transmitida até em aparelho celular.
A televisão tem um espaço reservado na sala, em ambientes de bares, restaurantes, clínicas, hospitais, hotéis e até em grandes empresas. Ela serve de companhia muitas vezes, mas o que é questionável são os efeitos dessa superexposição, que aliena e condiciona o indivíduo a ser passivo às suas imagens e informações, que visam os interesses da emissora e do IBOPE.
É perceptível as alterações e influências da TV no comportamento e no cotidiano das pessoas, por facilitar o acesso as informações e por adentrar nas casas com opiniões positivas e negativas que direcionam e induzem a sociedade a querer se espelhar no que vê e assiste.
Porém, temos como limitar o exagero e as más influências, evitando e principalmente analisando o conteúdo das informações e imagens emitidas, fazendo uso do controle remoto, que muda de canal ou simplesmente desliga o que é considerado impróprio, ou de mau gosto.


Yrley Morato

Em cima de duas rodas


Os ponteiros do relógio, o corta ao meio. São seis horas da tarde. Uma sexta-feira fria de agosto. Saio apressado como sempre, tomo um banho rápido, desço as escadas em disparada ao encontro da minha magrela. Lá esta ela, no fundo da garagem, pendurada e estática. Descobrir que a bicicleta é um meio de transporte funcional para uma grande cidade como São Paulo, que atualmente dispõe de um dos trânsitos mais caóticos do país.
Depois um dia inteiro de trabalho, começo com as primeiras pedaladas. Sinto a brisa gelada no rosto. Rua Estada Unidos zona sul da capital, bairro jardins. Com seus arranha céus luxuosos e mansões imponentes, os carrões importados, não respeitam a faixa de ciclistas. Alias ninguém respeita. Sou obrigado a ir pela calçada, me esquivo entre os pedestres. Logo chego na Av. Nove de Julho. Calçadas largas e bem pavimentadas. Alguns quarteirões acima preciso lançar mais energia no pedal, é o maior ponto de aclive no meu trajeto, até chegar ao túnel que leva o nome da avenida. Estreito e com apenas duas faixas, me equilibro na lateral direita, sinto uma adrenalina, e a cada pedalada frenética, lanço mais força nas pernas, procuro sair o mais rápido possível daquele sufocante e circundante paredão de concreto, que angustia pelo abafado e alto barulho do ronco dos motores dos veículos, e quando aparece a luz ao fim do túnel. Logo após a primeira curva. Dez segundos depois, ofegante. Respiro aliviado. “Ufa”. Deixo para traz o ar pesado e quente, decorrente do gás carbônico expelido por milhares de carros que ali trafegam diariamente.
A jornada continua. Agora na descida. Transito parado. Esquivo-me entre a calçada e os carros, os motoqueiros fazendo malabarismos entre um veiculo e outro, todos querem chegar ao destino o mais rápido possível. Impossível. São 6h27min. O famoso horário de pico. Tudo trava, só andam motoqueiros e ciclistas, a impaciência dos motoristas é expressa através do som de buzinas longas.
As pedaladas me aquecem. Só sinto o ar frio queimando os lábios. Aos poucos vou rompendo a região central de São Paulo. O vento traz um sinal de que o vale do Anhangabaú se aproxima. Um forte cheiro de maconha. São usuários de entorpecentes que se misturam entre transeuntes e moradores de rua que se disfarçam na imensidão do vale. Aumento a velocidade e em pouco tempo passo pela estação da luz. Avenida Tiradentes. Um frenesi de pessoas, ônibus enfileirados, pontos lotados. Parei. Subi na calçada e tendo romper a parede humana que se acotovela para tentar entrar no ônibus que já alcança seu limite de lotação.
Mais algumas pedaladas um pouco antes de cruzar a Avenida do Estado. O metrô surge das profundezas da terra, e se lança ao ar como uma montanha Russa. Decola e desliza em sua via agora aérea. Transpassa por entre os edifícios e sobre as ruas e avenidas. Destino? Sua estação final Tucuruvi, extremo norte de São Paulo.
O fim do meu percurso se aproxima. Avisto o conjunto de edifícios que comporta o Centro Universitário Sant Anna. Ao lado da Marginal Tietê, que em seus dois lados o que se vê é um tapete vermelho. Carros enfileirados estão a 10km/h. As motocicletas serpenteiam em suas laterais. Esta. Uma das mais importantes vias de acesso da quarta maior cidade de mundo. O tráfego é intenso. Acalenta o Rio Tietê que corta a cidade de leste a oeste. Tudo isso acontecendo agora, embaixo dos meus pés. Estou sobre a ponte Cruzeiro do Sul, que transcende o Rio e a Marginal. Ao meu lado, além dos carros em sentido contrário, o metrô desliza em seus trilhos suspensos. No ar, ouço o ruído de hélices de helicópteros, da o sinal de que o Campo de Marte está próximo.E neste trajeto diário, me orgulho de fazer parte deste imenso conglomerado urbano que pulsa incessante, e me leva a refletir e dizer: Aqui! O mundo acontece.

Por
André Andrade

Crise Financeira Americana, “o mundo pede socorro”


Uma das maiores potências militares, políticas e econômicas do mundo; os Estados Unidos se tornou assunto em todos os veículos de comunicação do planeta nas ultimas semanas. Agora não para falar sobre sua ascensão, e sim, o oposto. Essa superpotência está vivendo uma das maiores crises financeira de sua história, considerada mais grave desde a Segunda Guerra, segundo o ex-presidente do Banco Central americano (Fed) Alan Greenspan.
Tudo começou no início da década, quando os consumidores norte-americanos influenciados por juros baixos, resolveram refinanciar suas casas, pegando dinheiro na troca. Porém, o dinheiro era gasto com outros fins, como o pagamento de dívidas e cartão de crédito etc.
A grande demanda de crédito imobiliário que aqueceu o setor de construção civil deu origem a vários novos empreendimentos, levando a uma queda no preço dos imóveis.
E uma expressiva parte desses refinanciamentos foram feitos por pessoas de baixa renda, e com histórico obscuro, inseridos no grupo chamado “subprime”, financiamentos com juros elevados. Com o declínio do preço dos imóveis, os financiamentos se quitados, já somavam um valor um tanto superior ao de mercado, a dificuldade de honrar as dívidas se tornou fato, e muitos perderam suas casas.
A partir desse momento, a economia americana sente suas estruturas abaladas, ocasionada principalmente pela inadimplência no “subprime” e o temor que este vírus se espalhe para outros setores da economia e pode propagar de mais pessoas endividadas, sem moradia e poupança, acarretando uma diminuição do consumo das famílias, que é o combustível para a economia de qualquer país.
Portanto, esta avalanche esta arrastando o mundo para um buraco negro, que se originou no mercado imobiliário americano, provocando a desaceleração da economia nos três continentes, impulsionadas pela soma; de preocupações que assolam o mercado de crédito, e temores ascendentes em relação a esta desaceleração de crescimento.
Segundo Peer Steinbrück (SPD), ministro alemão das Finanças, a crise só poderá ser superada com uma estreita cooperação entre politicos e bancos.
Com a elevação do Euro, decorrente da retração de dinheiro no mercado, a industria alemã perde força e competividade, com previzões de redução de exportações para o proximo ano.
Para o Brasil as conseqüências dessa crise, começa pela redução do PIB (produto interno bruto) do país, com a redução da oferta de crédito, trava o setor de produção das empresas, reduz-se o consumo e conseqüentemente ocorrem à desaceleração da economia, também impulsionada pela diminuição das exportações, decorrentes do esfriamento das economias dos países compradores, que disponibilizam de menos dinheiro, que deflagra o poder de compra dos consumidores.
A fuga de capital derruba as bolsas de valores de todo o mundo e conseqüentemente o dólar se eleva por intermédio dessa escassez ocasionada pelo temor de uma recessão, os investidores estão mais cautelosos.
Em edição do jornal Folha de São Paulo de 24 de outubro de 2008, em reportagem de capa diz: “BC reserva US$ 50 bi para tentar conter a alta do dólar”.
O agravamento da crise em outubro, só a Bovespa sofreu uma perda de US$ 4,4 bilhões, neste mesmo período, a soma geral de fuga de capital estrangeiro no mercado financeiro brasileiro, chega a US$ 5,2 bilhões. Este ano o dólar já acumula valorização de 30%, e na tentativa de conter a desvalorização do real, o Banco Central disponibilizará até US$ 50 bilhões no mercado como diz a reportagem da Folha.
Com esta crise, já vemos uma retração no crédito, elevação das taxas de juros nos financiamentos e a alta dos preços dos importados o que afeta diretamente o consumidor brasileiro.
O planeta terra está febril, e as autoridades governamentais junto aos bancos devem acionar controles regulatórios para os mercados, no propósito de garantir coerência na tomada de ações, a busca pela cura deve ser decisiva e urgente, pois as seqüelas já são graves, o risco de morte é eminente, e o temor por uma recessão assusta e emperra o progresso.

Por:
André Andrade

Pena de Morte, um erro irreversível


Quando criança, mesmo antes de aprendermos a falar e andar, já ouvimos uma palavrinha que desagrada, e repetidas vezes ecoa em nossos ouvidos como uma melodia desafinada. “Não! Não! e Não!”.
Sim, a repressão já é carimbada no subconsciente humano, logo nos primeiros anos de vida.
A vivência em sociedade exige o cumprimento de regras, limitadas pela ética e moral que são deveres, obrigações comuns a todos, com o objetivo de manter a ordem.
O não cumprimento das regras sociais implica em punição.
Quando alguém transgride as leis, que são limitações de comportamento, está pessoa é punida, e tal fato dá a coletividade uma sensação de alivio, dever cumprido. O por que dessa sensação e exigência da punição alheia? É como se todos dissessem a uma só voz. “Se eu não posso fazer, você também não pode.”
Diante de tal fato, as leis regem para implantar as penalidades necessárias para os que praticam atos ilícitos, e dentre estas, a pena de morte. Ela existe desde o surgimento do homem, quando este começa a se organizar em grupos, ela não somente puni criminosos, mas também estabelece a hegemonia política e religiosa.
A pena de morte é um tipo de punição que ofende a dignidade humana, um homicídio frio praticado pelo Estado, também denominado execução capital.
Como condenar um ser humano a morte, se existem falhas judiciárias? A desigualdade social é cruel e atuante nas sentenças criminais e a falta de oportunidade de regeneração, nos mostra o total erro desse tipo de condenação.
As pessoas que cometem crimes hediondos mostram a face de um histórico desequilíbrio psicológico e espiritual. E o Estado que veio para impor a ordem, a justiça, se acha no direito de matar? Não estaria este, no mesmo nível do criminoso? Quem deveria propagar o equilíbrio, acha que faz justiça pagando um crime com outro crime? O que se vê é a disseminação do ódio.
Há os que dizem: “se a sua mãe, seu pai ou seu filho fosse brutalmente assassinado, mesmo assim, você seria contra a pena de morte?”.
É claro que o desejo de qualquer um, é que o criminoso seja punido com a pena máxima, o instinto de vingança está enraizado na humanidade, mas se a justiça e as regras sociais estão ai para pregar a ordem e o convívio pacífico. Um ato tão brutal justifica a pratica de outro nas mesmas proporções?
Como diz Mahatma Gandhi: “A pena de morte é um símbolo de terror e, nesta medida, uma confissão da debilidade do Estado”.
Este tipo de condenação não resolve nada. Os EUA são a prova disso. A grande maioria das pessoas que cometem homicídios está em um alto grau de desequilíbrio, que para elas tirar ou perder a própria vida é o que menos importa. Está evidente de que este tipo de conduta repressora não funciona, e tira do condenado a possibilidade de um arrependimento futuro. Você pode até dizer: “a justiça não trabalha com “hipóteses” e “suposições””. Realmente, mas a justiça é falha e existem outros métodos de se pagar por um crime. E se um inocente for executado, quem pagará pelo erro?
Se fosse olho por olho e dente por dente, como sugerem os adeptos à pena de morte, quando um assaltante rouba um carro e na fuga um acidente destrói o veículo, o mesmo teria que ser devolvido pelo meliante nas mesmas condições? E mesmo, se ele tivesse condições financeiras para tal? Não é assim que a lei funciona. Ele vai ser punido sim, sendo privado de liberdade.
Como numa frase de Correta Scott King, viúva de Martin Luther King, “Mesmo sendo uma pessoa cujo marido e sogra foram assassinados, sou firme e decididamente contra a pena de morte... Um mal não se repara com outro mal, cometido em represália. A justiça em nada progride tirando a vida de um ser humano. O assassinato legalizado não contribui para o reforço dos valores morais.”
Portanto nenhuma teoria justifica um ato que indiscutivelmente não existem adjetivos para melhor descrevê-lo. Morte pela morte! Isto não é um trocadilho qualquer.

Por

André Andrade

Ensaio sobre a cegueira


Uma epidemia de cegueira espalha-se vertiginosamente sobre uma cidade, a visão das pessoas é tomada por uma névoa branca, de um instante para o outro. Qualquer pessoa que tem contato com os infectados passa a ter o mesmo destino e são enviados ao isolamento de um hospital psiquiátrico abandonado.
O filme de Fernando Meirelles é uma história instigante, que divide opiniões, inspirada no livro de José Saramago, nos remete a uma dúvida, será que conhecemos da essência do outro e mesmo a nossa própria? E expõe a fragilidade da humanidade diante do caos, que aflora no homem os instintos ocultos que até então nunca imaginaríamos que pudesse existir, como animais no seu egoísmo cego, na luta pela sobrevivência.
Em meio aos infectados pela cegueira branca, uma mulher (Julianne Moore), a única testemunha ocular, por amor ao seu marido finge estar cega para ficar ao seu lado. Imune ao “vírus”, ela se vê diante de uma situação de horror, pessoas se deflagrando em sentimentos de ódio, egoísmo e oportunismo, desencadeados principalmente, por terem que se adaptar tão abruptamente a uma “escuridão” branca, e as falhas do Estado arrancam desses deficientes suas necessidades mais básicas.
Depois de várias semanas de terríveis conflitos, esta mulher, junto com um pequeno grupo, se liberta do confinamento e o que encontram é uma sociedade desmoronada, cenas que isentam todos os vestígios civilizatórios de uma nação: o lixo, a desordem, corpos sendo devorados por cães e pessoas sujas vagando em busca de água e comida. Este grupo, tenta reencontrar a humanidade perdida, e Julianne é a única que tem a imagem diante de seus olhos, de uma população vencida aos seus instintos mais primitivos.
Estas cenas mostram, a depreciação de uma civilização que diante de tal fato, exime-se de todos os padrões impostos pela sociedade capitalista, num registro da busca pela sobrevivência física de multidões cegas, neste mundo não existem mais: ricos e pobres, brancos e negros, feios e bonitos, intelectuais e analfabetos. Uma época em que todas estas classificações perdem o seu valor, e a mundo entre em colapso, numa terra sem regras e leis, o que prevalece é o instinto animal de uma humanidade reduzida a larvas.
Entre o grupo conduzido por Julianne, às emoções estão à flor da pele, que se subverte em irracionalidade e sentimentos de amor e compaixão, é o que acontece com essas pessoas que se conheceram nas profundezas de um brilho branco, sem mesmo nunca terem se visto, apenas em contato tátil e auditivo, depois conseguem obter uma vida digna de necessidades básicas por estarem protegidos pela visão de Moore.
Meirelles nesta obra lança uma linguagem simples, lapidada com modernidade, que mostra a frágil organização social, com imagens ricas em detalhes que falam mais que mil palavras.
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André Andrade

Amizade, O Melhor Remédio


Uma sensação de vazio, saudade, falta, silenciam o interior, você não precisa estar necessariamente sozinho para se sentir só, de que adianta uma infinidade de pessoas a sua volta, se mesmo a comunicação um fator de partida para o inicio de qualquer relação é escassa.
Gente por toda parte, sons de buzinas, transito caótico, correria. Este é o cenário das grandes cidades. Nesta conjuntura capitalista, as pessoas se atropelam, acotovelam-se no transporte urbano, na busca desenfreada por sobrevivência e acumulo de riquezas.
Estamos diante de uma sociedade robótica, gélida e materialista, onde as pessoas são classificadas como peças na grande massa, que podem ser substituídas quando apresentam irregularidades. Essa coletividade humana sempre em atividade, seja nas ruas, trabalho, escolas, parques e academias, a falta de tempo provocada por diversas atividades do homem moderno, acopladas a insegurança e o egocentrismo, são fatores que condicionam as pessoas a se fecharem em seu mundo, deixando em ultimo plano o cultivo de boas amizades.
Amizade segundo o dicionário Aurélio Século XXI é: Sentimento fiel de afeição, simpatia, estima ou ternura entre pessoas que geralmente não são ligadas por laços de família ou por atração sexual.
Pesquisas comprovam que a falta de amigos causa diabetes, inflamações, contrações dos vasos sanguíneos e pode até matar. Em reportagem ao programa Globo Repórter da Rede Globo de televisão, entrevistada pelo repórter Rodrigo Alvarez, a psicóloga e pesquisadora da Universidade de Chicago Louise Hawkley diz: “uma boa amizade é o melhor remédio para todos estes males. A falta de bons amigos reage sobre o cérebro, enviando sinais elétricos pelo sistema nervoso, que desativa grupo de genes responsável por regular a produção de Cortisol, o hormônio do stress, que por sua vez, é liberado de forma desordenada, e logo espalha pelo corpo, e provoca inflamações, formação de barreiras nas extremidades da corrente sanguínea, dificultando o fluxo”.
Segundo o cardiologista do INCOR Miguel Moretti, com base em estudos da área de psiquiatria e da psicologia, relaciona a sensação de bem estar e tranqüilidade, quando se está ao lado de pessoas agradáveis, ocorre à liberação de hormônios e outras substâncias como as endorfinas, que possuem efeitos benéficos ao organismo e impedem a ocorrência de transformações no metabolismo e suas conseqüentes alterações físicas. Moretti também salienta sobre estudos dentro da área de cardiologia, a importância destas substâncias, neurohormônios e neurotransmissores, sobre o sistema cardiovascular e suas conseqüências fisiopatológicas. Em contrapartida exemplifica sobre a liberação de noradrenalina durante uma situação continua ou momentânea de stress (físico ou emocional) que acarretará no aumento da pressão arterial e da freqüência cardíaca, que se persistirem muito irão causar danos ao sistema cardiovascular.
O cardiologista deixa claro que qualquer relação que traga um bem estar ao individuo pode trazer efeitos benéficos a saúde. Faz uma observação com relação ao amigo bicho, ter um animal de estimação é eficaz em 100% dos casos, devido ao animal não pedir nada em troca, o “doar-se” dele, é sempre sem segundas intenções.
O que importa não são a quantidade e sim a qualidade, um único e grande amigo, pode ser a cura e prevenção para várias doenças.
Foi na prática que a secretária baiana, Eliete Batista, 27, constatou esta teoria. Eliete mudou-se para São Paulo em janeiro de 2006, deixando para traz familiares e amigos que foram cultivados desde a infância.
Neste mundo que se opunha completamente ao de sua origem, a secretária, ainda tenta se adaptar, já trabalhando em um consultório odontológico, logo conhece o analista de sistemas, Fernando Lima, 29. Tudo parecia se encaixar, um emprego, namorado, mesmo assim, a secretária começa a sentir um vazio interior, tinha certeza de algo estava faltando.
Acostumada a compartilhar com suas amizades, os momentos bons ou ruins, fazer confidências que nem ao seu namorado, ela não se sentiria a vontade para desabafar. A saudade das brincadeiras, do ombro emprestado e uma palavra amiga nas desilusões amorosas.
Mas o grande susto estava por vir, nos últimos meses, Eliete começou a apresentar alguns sintomas, de que até então nunca havia sentido antes, como falta de ar, cansaço, aceleração dos batimentos do coração e dor no peito. Procurou ajuda médica, que constatou alto nível de stress e obstrução das artérias. Assustada, Eliete abandonou tudo, e voltou a sua terra natal para iniciar um tratamento.
Surpreendeu a todos, depois de duas semanas de volta ao convívio com familiares e amigos, todos os sintomas desapareceram como que por encanto, a secretária foi ao cardiologista, que garantiu que ela gozava da mais perfeita saúde.
Hoje com uma felicidade estampada no rosto, Eliete, concedeu essa entrevista via Skipe (processo de comunicação gratuita via internet, onde se tem a possibilidade de visualização recíproca), ao lado de sua melhor amiga Carina Macedo, 25. Eliete diz em tom de orgulho: “a felicidade que previne doenças, se encontra em boas e sinceras amizades, e aqui eu tenho certeza que tenho amigos, e foram eles que me curaram”.
Viver é compartilhar, são o que dizem os amigos inseparáveis Marcos Silva e Marcelo Araujo ambos 34 anos, o destino os uniu desde o nascimento, o gene da amizade já era hereditário. Suas mães se conheceram na maternidade, quando ambos estavam por vir ao mundo.
A mãe de Marcelo grávida de uma relação desastrosa foi abandonada pelo namorado e expulsa da casa dos pais em decorrência da gravidez precoce. Janete Silva que deu a luz a Marcos, comovida com a história de Luciane mãe de Marcelo, ofereceu sua casa a até então desconhecida, que mais tarde viria a ser sua melhor amiga.
Um ano se passou, e este convívio íntimo, aflorou em uma grande amizade entre as mães, e principalmente entre aqueles pequenos, que dividiam o cobertor desde os primeiros dias de vida. Luciane conheceu Juvenal Rocha vizinho de Janete, e após três meses de namoro, já dividiam o mesmo teto.
Esta vivencia entre estas duas famílias já duram 34 anos, Marcos e Marcelo se tornaram amigos inseparáveis, hoje casados e pais de um casal de filhos cada um.
Em 2004, Marcos passou por um momento muito difícil, seu segundo filho, Bruno, ao nascer apresentou problemas de imunidade baixa, propenso a infecções, e o tratamento teria que ser urgente e a alto custo, as condições financeiras da família não permitia. Marcelo, sempre presente na vida do amigo, não hesitou em ajudar, e investiu todas as suas economias, que eram para a compra de um apartamento na cura do pequeno Bruno, que foi um sucesso, e hoje é uma criança normal.
O fato só serviu para reforçar e provar ainda mais, os laços da verdadeira amizade entre estes jovens, que além de se disporem de uma mão amiga nas dificuldades, dividem os momentos mais simples da vida, como uma corrida no parque ou um almoço em família, e que fazem toda a diferença para se viver bem e melhor, e deixam o recado: “mais valioso que qualquer bem material, é ter um amigo de verdade, previne doenças e nos fazem ver, que não estamos sozinhos diante dos obstáculos da vida”.
Como diz na terceira estrofe da composição de Fernando Brant e Milton Nascimento, Canção da América: “Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam não, mesmo esquecendo a canção, o que importa é ouvir a voz que vem do coração”.
Amizades verdadeiras não se dissipam no tempo ou espaço, por mais que o destino imponha barreiras e distanciam as pessoas na estrada da vida, a esperança de um reencontro nunca morre. Como reforça a ultima linha da canção de Nascimento, “Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar”.
Portanto é preciso aprender a se relacionar socialmente para sobreviver, a solidão machuca o coração. Doe-se como amigo sincero, honesto, dedicado, presente, autêntico e divertido. E esteja certo de que terá verdadeiros amigos, um abraço sincero, um carinho, um olho no olho, uma troca de confidências e respire leve, o coração agradece.


Por
André Andrade

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Jota Silvestre, duas paixões: jornalismo e histórias em quadrinhos


Em seu estilo casual, o jornalista Jota Silvestre, 40 anos, casado e pai de um menino, admite sua paixão por Histórias em Quadrinhos. Antes mesmo de ser alfabetizado, começou a se interessar por histórias da Turma da Mônica e Disney e, aos sete anos, se apaixonou pelo gênero de super-heróis por meio das revistas da Editora Bloch.
Sempre foi um jovem ativo e aos quatorze anos já trabalhava como office-boy, logo passando a atuar em cargos administrativos e técnicos (operador de computador, analista de produção e analista de sistemas).
Silvestre, desde cedo, sentiu aptidão para a área de Humanas e, mais especificamente, comunicação. Dessa maneira, a escolha pela habitação em jornalismo foi natural.
Quando terminou o colegial, em 1986, optou pela Universidade Metodista de São Paulo, considerada a melhor faculdade de jornalismo do País, na época, segundo o ranking da Revista Playboy. Formado em 1989, assumiu o cargo de gerente de imprensa do Grupo Antártica e, mais tarde, assessor de imprensa da Agência Primeira Página, sempre focado no jornalismo empresarial.
Mas foi na Bienal do Livro, em 2006, que tudo começou. Conheceu o editor Edson Rossatto (Andross Editora), grande admirador do mundo HQ. Silvestre, um eterno apaixonado pelo segmento, viu em sua conversa com Rossatto a possibilidade de criar uma HQ de qualidade, 100% nacional, voltada ao público adulto e que tivesse a cidade de São Paulo como seu viés. Depois de seis meses de pesquisa, chegaram à versão final do roteiro do projeto Aleksey-Castelos de Areia em formato Graphic Novel.
A proposta foi apresentada ao editor da Revista Mundo dos Super-Heróis, Manoel de Souza e, para a alegria de Silvestre, recebeu a proposta de colaborar com a revista. Surgia então a grande chance de unir as suas duas paixões: jornalismo e quadrinhos. A primeira colaboração foi uma matéria sobre o desenho Caverna do Dragão, para a edição de número seis. Desde então, vem colaborando regularmente com a publicação.
O jornalista não se considera um colecionador de HQs, apesar de possuir um arsenal de mil revistas, que vem guardando desde a década de 80. Lê e preserva, apenas, as que são essenciais para a cronologia dos personagens, e que, no futuro podem servir de referência.
Recentemente, Silvestre participou do programa Da Hora (Rede Família) e com desenvoltura, falou da existência de vários super-heróis brasileiros, como Raio Negro, Velta, Cometa, Meteoro, que são pouco conhecidos por falta de espaço e divulgação. “Nossos super-heróis foram amordaçados pela indústria americana, dona de tão bem desenvolvidas que acabaram dominando o mercado”, afirmou.
Na opinião de Silvestre, não há um público-alvo específico para esse tipo de publicação. Algumas revistas com o selo americano Max Comics (publicado no Brasil na Revista Marvel Action) são classificadas como “material adulto”, mas esta não é a regra. “Um fenômeno que tem se observado nos últimos anos é que existe um tipo de produto mais voltado para os adultos, que são HQs em formato de livros. Possuem melhor acabamento, são mais caros e o conteúdo - via de regra - é a reprodução de material clássico (décadas de 40 a 70). Por essas razões, acabam sendo consumidos por leitores mais maduros e com maior poder aquisitivo, enquanto os mais jovens acompanham as revistas vendidas em bancas”, enfatiza.
O profissional admite estar feliz com o que faz. Para ele, colaborar com a revista não é apenas uma forma de disseminar o conhecimento sobre HQs, é também um constante aprendizado, já que o trabalho de pesquisa para redação das matérias é extenso e minucioso. Dessa maneira, está sempre aprimorando seus conhecimentos e alimentando as suas duas paixões.
Por:
André Andrade
Assista a participação de Jota Silvestre no programa Da Hora (Rede Família):

sábado, 27 de setembro de 2008

A educação que alimenta

O Centro Universitário Sant'Anna, localizado no bairro de Santana, zona norte de São Paulo, influencia o comércio da região. Em época de aula, 9000 alunos consomem e utilizam produtos como doces, salgados, papelaria, roupas, bijuterias, lan houses, entre outros serviços.
O comércio alimentício é o de maior destaque. Variando entre pontos fixos e barracas nas calçadas, os comerciantes dependem do funcionamento da faculdade, pois a maioria não abre em época de recesso escolar.
O sócio-proprietário de um bar/lanchonete, Marcelo Dairel Marquês, 30, está na região há um ano. Abre o ponto apenas no período noturno e em época de aula. Durante o dia é funcionário de uma farmácia, garantindo um salário fixo. Seu irmão, Luciano Dairel, 34, além de sócio do bar, trabalha como gerente de uma loja de calçados e abriu um pequeno estacionamento ao lado na faculdade, como garantia financeira caso não consiga lucrar com a lanchonete, "não sabemos se o bar é promissor, não estamos tendo lucro por ainda pagarmos o ponto", diz Marcelo. Os irmãos arrecadam semanalmente R$ 1500,00 e tem despesas fixas mensais de R$ 1400,00.
Maria Aparecida Bernal, 51, está há um ano vendendo doces caseiros, em uma caixa de isopor, na calçada da instituição. Foi sua filha, estudante da faculdade, quem lhe deu a idéia de vender seus doces ao redoir da UniSant' Anna. Antes, seus doces eram feitos para festas infantis. O valor unitário do doce é R$ 2,00 e ela vende em média 60 unidades por dia. Em época de férias escolares quem mantém a casa é seu marido, que trabalha como mecânico, e sua filha, que é secretária. "Não venho todos os dias, quando venho vendo bem. Gosto dos alunos e fiz amizades com outros colegas que trabalham na calçada", diz a doceira.
Patrícia CristinaThiersh, 33, está há um ano e meio vendendo batatas fritas na calçada. Trabalhava como vendedora em um shopping de segunda a segunda, desistiu de ser empregada montando seu próprio negócio. Diz que o ponto é lucrativo, hoje trabalha menos e tira férias com os alunos. Pensando no futuro paga o INSS para assegurar sua aposentaria.
As instituições de ensino, assim como a UniSant'Anna, não só educam como transformam a vida de muitos que trabalham ao seu redor.


Tatiana Andrade


Alguém viu o Rafinha por aí?

Ao assistir o vídeo intitulado “você conhece o Rafinha?”, recomendado pelo professor da universidade UniSant'Anna, André Rosa, pude refletir sobre a realidade cotidiana da tecnologia em nossas vidas e, ao mesmo tempo, entristecer-me com tamanha dependência dessa era digital.
Nasci na década de 70 onde crianças brincavam na rua, tinham amigos “reais” e contentavam-se com seus brinquedos sem fala e movimentação, com bicicletas, jogos de botão, puzzles, amarelinha, entre outras brincadeiras manuais. Qual criança não se machucava correndo, brincando, dançando? E hoje? O que temos?
Hoje vemos crianças cada vez mais maduras e dependentes de tal tecnologia, seus brinquedos foram substituídos por vídeo-games portáteis, computadores e diversos outros utensílios eletrônicos. O machucado na perna foi substituído por emoções artificiais criadas virtualmente. A ingenuidade da infância é perdida precocemente, pois os pais não conseguem mais competir com a televisão e internet. As crianças acessam sites e assuntos que, muitas vezes, são avançadas para sua idade.
Claro, não posso ser tão negativa e pessimista, a tecnologia trouxe diversas praticidades para a vida humana, substituímos pesadas máquinas de escrever pelo computador, que nos permite apagar, refazer e escolher fontes e formatos para nossos textos, temos telefones sem fio, a internet (santa internet, para quem sabe usá-la) nos permite buscar novos conhecimentos pelo mundo afora, celular, microondas, máquinas de lavar roupas com várias opções de lavagens, ferros de passar roupas com sistemas inteligentíssimos. Uau, isso é legal! Não conseguimos viver mais sem essa praticidade, essa tecnologia. Porém, tomemos cuidado ao substituir nossas emoções humanas pelas virtuais, o contato com o próximo pela máquina e, acima de tudo, esquecer que somos humanos e precisamos resolver tantos outros problemas sociais, econômicos, políticos que o computador não resolve por nós.

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Tatiana Andrade
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Clique aqui para assistir o vídeo do Rafinha

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Luz no fim do túnel: assaltos na região central podem acabar com ajuda dos moradores

Batedores de carteiras, usuários de drogas e prostitutas são comuns no bairro da Luz, região central de São Paulo. Em meio ao caos social, existem moradores, de diversas idades, que estão sofrendo com o aumento de assaltos. Acostumados ao descaso, são descrentes da segurança na região.
Sizuko Marui, 73, mora há 30 anos no bairro e diz não se amedrontar com a situação. Foi assaltada há pouco mais de três meses, no período da tarde, entrando num salão de beleza na rua onde reside. Os ladrões levaram sua carteira num único puxão, ela não teve tempo de reagir e contenta-se de não ter visto nenhuma arma. “Isso é geral, já me acostumei e não saio de casa depois das seis”, diz. Sizuko não procurou a polícia, alegando que levaram apenas dinheiro. Acha que deveriam ter câmeras em todo o centro, filmando atitudes e pessoas suspeitas.
Jean Claud Caravelas Faria Marques, 15, há 20 dias voltava para casa às 12h25 e foi assaltado por três homens. Bem vestidos e sem arma, o abordaram, levando sua mochila com o material escolar e carteira, pulseira, relógio, celular e boné. “De longe não pareciam assaltantes, só quando cheguei perto percebi que seria assaltado.” O adolescente só procurou a polícia após cinco dias, na esperança de terem achado seus documentos e material escolar. Seu pai, Paulo César de Alencar Freitas, 46, diz ter sofrido tentativa de assalto quando saia para trabalhar de madrugada. A família, que não pensa em se mudar, reside há menos de dois anos na região e tem parentes que moram há mais de duas décadas, que também passaram por situações parecidas.
A assessora de imprensa da Secretaria da Segurança do Estado, Tatiane Brito, diz não ter uma estatística de assaltos e furtos por bairro: “A secretaria fornece somente a estatística geral da cidade de São Paulo”. Ela informou que a assessoria atende somente os veículos jornalísticos e orientou a procura dos Consegs - Conselhos Comunitários de Segurança para informações de cada bairro.
Os Consegs são grupos de pessoas que residem no mesmo bairro ou município que se reúnem para discutir, planejar e acompanhar soluções de problemas comunitários ligados à segurança. Em parceria com a polícia civil e militar usam estratégias como rádio-comunicadores, visitas de policiais às residências, capacitação de funcionários de condomínios, distribuição de cartilhas e palestras sobre violência e trânsito.
O sargento Leme, da central de atendimento dos Consegs informou que um líder comunitário, que tenha interesse para representar todos os moradores, é eleito pela comunidade que representará. A eleição ocorre na presença de um delegado de polícia titular, um comandante de polícia militar da região, outros representantes dos poderes públicos, associações, clubes, comércio e indústrias que atuam no bairro.
A criação deste órgão tem a intenção de aproximar os moradores e a polícia. Suas ações estão relacionadas aos níveis sócio-econômicos de cada bairro. Por não recebem verbas públicas, têm autonomias para captar recursos para melhoria da segurança.
Além do líder comunitário, o delegado e comandante ficam responsáveis pela representação do Conseg de cada bairro ou município, tendo presença em todas reuniões mensais com os moradores.
Luiz Alberto da Silva, presidente do Conseg Sé Arcadas, diz que o erro da população é não registrar as ocorrências e não participar ativamente das reuniões, por isso, justifica a falta de estatística de assaltos e homicídios da região. “As pessoas só cobram alguma coisa do Conseg quando são assaltadas. Somos criticamos pelo que não fazemos, mas não querem saber o que já foi feito”. Seus principais projetos junto à Secretaria de Bem-Estar Social é tirar os albergues da região central, evitando moradores de ruas e usuários de drogas. “Eles vem de outros bairros, não são do Centro, mas criam os problemas por aqui.” Alerta que a população deve andar sempre atenta a tudo, não sentir total confiança nos lugares onde andam.
Silva informa que mensalmente realiza as reuniões do Conseg com o delegado da região e todo morador ou trabalhar da região é bem-vindo, podendo opinar e registrar os fatos que, nem sempre, a polícia fica sabendo. O objetivo é assegurar que cada cidadão da região possa morar e caminhar com segurança nas ruas centrais.



Mais informações:
CONSEG - Conselho Segurança Comunitária
Telefone: (11) 3291-6544
http://www.conseg.sp.gov.br/conseg/default.aspx
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Tatiana Andrade
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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Guerra dos Sexos

Reconhecendo as grandes dificuldades passadas pelas mulheres, como os preconceitos sociais, religiosos e profissionais. É justo dizer que emancipação feminina trouxe também mais brilho a sociedade, lembrando que há décadas atrás não tínhamos direito ao voto e ao livre arbítrio social.
A mulher nesse tempo tinha como principal função, a procriação e a quietude verbal, agora pensa e pratica o contrário. É manipulada em várias circunstâncias, mas fugiu de muitas regras arcaicas, isso quando refletimos as sociedades ocidentais, onde existe pouca censura na mídia. A televisão, por exemplo, é liberada.
A contestação a esse novo comportamento deve permanecer diante daquilo do que conhecemos como feminismo. Discutir idéias políticas e filosóficas buscando e provocando conquistas por direitos de igualdade, principalmente quando esta oprime o ser humano, desrespeitando ou ignorando sua dignidade, pode e deve ser considerada uma prática sadia, admirável, principalmente, necessária como na sociedade oriental. O problema é quando essa manifestação se rotula ou se mascara com a superioridade perante o homem, integrante da sociedade machista, até então combatida como errada. Trava-se uma luta sem regras, onde os que deveriam ser companheiros, viram inimigos.
Longe das mentes libertárias de Pagu, Chiquinha Gonzaga e Leila Diniz, eternizadas e saudosas mulheres, a “super mulher, tornou-se alvo de balas consumistas. Hoje é vorazmente cobrado dela sua competência dentro de casa e na profissão. Essa cobrança parte não só da sociedade, mas de si próprias e são várias expectativas a cumprir. O marido a deseja atraente e atenciosa, o empregador: eficaz e engajada. Independente da figura paterna também estar presente no mercado de trabalho ela não é colocada em questão e o sentimento de culpa fica como mais uma carga atribuída à mulher, quando esta tem filhos, que por não ter tempo suficiente de exercer seu papel sensível e predestinado de mãe, se vê de eufórica por participar desse processo de emancipação, à angustiada por tantas tribulações do dia a dia, isso quando o “projeto” não é adiado. Hoje em dia é comum o número de mulheres que protelam a maternidade em busca da ascensão profissional.
Se a discussão fosse só financeira, eles ainda ocupariam melhor posição, pois, essa luta das mulheres persiste. Desempenham a mesma função do homem, mas continuam ganhando menos.
A produção desta nova subjetividade feminina, propagada pelos meios de comunicação, só aumentou seu campo de visão, tendo em vista que essa noção de usar seus próprios sentidos, seu tempo, já foi abandonada primeiramente pelos homens, a mulher estabeleceu-se na imitação de um padrão já instituído.

Mariana Guedes

De quem é a culpa?


Já escutamos falar que o profissional da mídia tem semelhanças com os advogados. Os doutores pensam que são Deus, mas os jornalistas têm certeza. E com tanta confiança, quais critérios adotaremos para buscar qualidade de informação?
A vaidade que assola a mente da maioria dos comunicadores pode ser notada com mais facilidade pelo simples e óbvio fato de ser exercida publicamente, porém, não significa ser maior que o mesmo “pecado capital” do leitor. É da responsabilidade não só do divulgador de notícias verificar o impacto do material transmitido, mas de quem recebe também. Esse receptor deve se desprender de hábitos empobrecidos, como o de desejar tudo pronto para depois repetir como um discurso próprio e muito bem pensado.
Antes de buscar informação ou até mesmo formar opinião, o leitor deve se basear na sua intelectualidade ou até mesmo na sua experiência de vida.
A mídia não faz vítimas sozinha, ela precisa alimentar-se da tal ignorância que tememos admitir que existe. Acho engraçado, quando ela é acusada de falta de ética ou moral? Falemos então um pouco delas, inclusive atualmente tão banalizada. Ainda que alguns veículos não tenham ou se meçam diante de tais questões, desde quando um erro justifica o outro? Se você matou, eu também posso?
Quando a manipulação midiática se faz presente, a verbalização de acordo com os interesses da empresa ameaça, devemos aceitar e vitimizar-nos diante do incêndio que tínhamos como opção não participar?
Tem também, as constantes criticas a Internet. Sim, é leitura rápida (às vezes) no corpo de alguns textos existem erros de português, sabe-se sempre dos últimos acontecimentos, mas a origem ou o desenrolar da história nem sempre vem acompanhado por links “leia mais”. Só que existem uma gama de veículos a serem escolhidos, e hoje até os mais cults são digitalizados. Quem sabe podemos dizer até que o utópico e permissivo à conquista da sonhada própria opinião, talvez exista.
Ainda que a poderosa mídia direcione mensagens a um público “indiferenciável”, cada um possui seu poder de escolha, seu nível de fragilidade ou de resistência.

Mariana Guedes

Comparando grandes obras


Nada mais envolvente do que rodar um filme político social em forma de sátira. "Obrigado por fumar" já vem causando impacto pelo próprio título que desperta atenção, o que toda grande publicidade busca.
A brincadeira em questão, revela fundos de pura verdade, polemizando a importância da mídia na formação da opinião de massa e de quebra, tira sarro do comércio do tabaco, aproveitando para colocar o da bebida e das armas na fogueira. Os atores mais vistos em filmes de fácil compreensão mostram todo seu talento ao transmitirem mensagens que provocam a estabilidade social.
Além do poder da propaganda já comentado, outro ponto interessante é a participação do consumidor que como um ser pensante pode dizer não ao malefício do tabaco, mas prefere ser tratado como objeto, exercendo o papel do principal investidor das “máfias”. Falando em vício, sempre questionei o por quê do tão citado relaxamento que o cigarro provoca, ao tê-lo em seus dedos você pode se acalmar não pela substância, mas pelo fato de encontrar posições confortáveis que inclusive se tornaram charmosas pelas imagens exibidas por filmes e novelas. Em um roda de conversa, sem o tal “canudinho” ou “copinho”, seja esperado uma suposta autenticidade e essa expectativa causa tensão. Assim como todas as drogas o cigarro é entorpecente como a paixão e por sua vez quem não a deseja? Argumentos politicamente errados são usados, porém, maquiavélicos o suficiente para se tornarem agradáveis e eficientes para a associação defendida publicamente. Muito diferente observar que a moral familiar do filme existe, mas não toma conta da trama, ela é considerada, mas não desencadeia nenhum sentimentalismo exacerbado, deixando de lado o conteúdo piegas, tão usado por filmes norte-americanos.
Falando na arte da argumentação, podemos citar: “Doze homens e uma sentença”, que vem merecendo carregar o peso de ser um clássico e imperdível filme do cinema da década de 50. Obra cinematográfica primorosa, uma escola com a missão de ensinar discursos irretocáveis, embasados, daqueles difíceis de contestar ou discordar. Ao contrário de “Obrigado por fumar” a obra vem como drama, o que proporciona mais emoção e talvez reflexão aos princípios do julgamento e do ato de decidir por si próprio, realizando investigações sensatas e responsáveis. O mais brilhante na saga, aparentemente parada é a coragem de um ser humano ao lutar pela verdade, diante do que parece impossível.
Apesar dos gêneros diferentes os filmes demonstram forte capacidade de mexer com os calos da sociedade, insistentemente ignorados, a liberdade de escolha e a responsabilidade pelos seus atos.

Mariana Guedes

Brasil com z, jamais!


Na visão distorcida e deturpada dos diretores e roteiristas gringos em relação ao Brasil, ainda vivemos numa selva cercada por macacos, e os nossos indígenas representam uma nação de hábitos e costumes primitivos.
O nosso idioma deixa de ser o português, e passa a ser o espanhol, já que aqui embaixo somos todos latinos.
O Rio de Janeiro é o paraíso das mulheres de bumbum grande, com corpos perfeitos, seios á mostra e sexo a vontade, pois é essa a imagem que o carnaval desperta lá fora.
A Amazônia é cenário de um filme de terror com seres famintos por visitantes estrangeiros.
O samba e a lambada são os únicos ritmos que fazem parte do nosso repertório musical, e Carmem Miranda foi uma artista que cantava e dançava a cultura de um país desconhecido.
Somos um povo alegre, que não gosta de trabalhar e vive de sombra e água fresca.
Pertencemos a um país sem dono, esquecido no mapa, mas que continua atraindo novos moradores que fazem da nossa terra um refúgio de bandidos e assassinos. Também somos lembrados pela nossa pobreza, violência e desigualdade social, o que não deixa de ser uma realidade.
E o Brasil da mulata e do pandeiro, bonito por natureza, e tema de versos e canções, deixa de ser brasileiro para se tornar uma caricatura no triste olhar dos estrangeiros.


Yrley Morato

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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O bem e o Mal



“O bem é indefinível, não analisável..”
G.E.Moore

“O bem é como algo indefinível e mutável, porque não é único.”

A religião é a representação de uma doutrina que prega o bem, a santidade e a pureza nas ações.
O catolicismo incentiva a boa conduta e o exercício da fé, e os padres como representantes sacerdotais, orientam a prática do bem. Apesar disso, é cada vez mais freqüente o número de casos de pedofilia envolvendo líderes católicos.
Da mesma forma que alguns pastores evangélicos abominam a maldade e a imoralidade, como ameaça de castigo e não salvação depois da morte. Entretanto, corrompem e exploram seus fiéis, por motivos não condizentes ao seu discurso religioso.
Esses casos exemplificam uma conjunção entre o bem e o mal.

“O bem é o contrário do mal.”
Judas que era discípulo de Jesus, beijou a sua face para entregá-lo à Pilatos e a condenação de um povo que o julgava mentiroso.

Adão e Eva viviam num paraíso cercados por uma beleza natural, mas foram atentados pelo proibido e ao comerem a maçã que simbolizava o pecado, o bem santo foi quebrado.

“O bem e o mal andam lado a lado.”
Imaginemos que o bem e o mal fossem adversários num campeonato de atletismo:
O bem larga na frente, mas o mal é insistente e corre para alcançá-lo. Num descuido e numa fraqueza ao olhar para trás, o bem tropeça e cai.
O mal aproveita a oportunidade e vence a corrida.
Vamos imaginar agora o contrário:
O mal está na frente, mas o bem segue o seu caminho tentando o melhor desempenho. Quando é alcançado pelo bem, o mal é surpreendido e descontente usa toda a sua forças para ultrapassá-lo. Mas o bem é perseverante e ignora qualquer tipo de ameaça, continuando assim na disputa.
Então, o bem chega primeiro e abraça a fita de chegada.

“Talvez o bem seja a definição do amor, e o mal a ausência dele.”
A rosa pode ser a representação do bem e do mal. Na sua beleza delicada e frágil estão as pétalas com uma cor atrativa e perfume angelical. Ao tocá-la, esquecemos dos espinhos que fere e machuca podendo até sangrar.

“O bem e o mal são próximos um ao outro, mas diferentes entre si”.
A falta de referência do bem pode fortalecer o mal e causar danos.
Ao arremessar uma criança inocente da janela de um prédio, o criminoso é induzido pela vantagem do mal sob o bem sem se preocupar com as conseqüências. A conduta do mal prevalece sem amor, nem piedade.

“Creio que o bem seja:
O céu, o sol, a luz, o amor e
a imensidão. E o mal:
O inferno, a tempestade, a escuridão, o ódio e
a solidão.”


Yrley Morato

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Consumismo universitário


O mercado universitário vende noites quentes em baladas ao som de músicas com temas variados desde “Creu”, até “Cada um no seu quadrado”. É comum encontrarmos bares situados ao lado de universidades com as mesas e cadeiras ocupadas, contrastando com a ausência dos alunos nas salas de aula.
O modismo universitário faz com que tudo acabe em pizza.
As danceterias atraem a atenção dos jovens com efeitos luminosos, músicas empolgantes, que bebem até o último centavo pagando altas tarifas numa noite, com o dinheiro muitas vezes bancado pelos pais. Com as micaretas, os Shows de música eletrônica e as “baladinhas” nem a Lei Seca dá jeito!
É inegável a satisfação de uma reunião entre amigos, numa conversa acompanhada de um copo de cerveja, ou uma taça de vinho, mas é indispensável enxergarmos que o consumismo e o modismo exacerbado nos ataca numa “contra-cultura”, já que os efeitos são perceptíveis nos baixos índices apontados nas avaliações das universidades.
O acesso ao ensino superior não é pra todos, embora seja um mito achar que ser universitário hoje significa status. Então o ideal é utilizarmos das vantagens e das oportunidades que temos, para elevarmos o grau de ensino e do conhecimento, transmitindo assim a nossa mensagem.
Que atire a primeira pedra quem nunca saiu de curtição, ou nunca precisou extravasar? Mas é importante conhecer os seus limites e beber também da sabedoria, pra não ter dor de cabeça e esquecimento depois. Entretanto, a geração "Coca-Cola" que faz da faculdade um Shopping Center, gosta mesmo é de beber, cair e levantar.


Yrley Morato

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Qualquer Coisa Universitária

http://www.covildoorc.wordpress.com/

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Reserva de Chico Mendes é tomada pelo gado


Com apenas um fiscal do IBAMA a reserva que leva o nome do defensor da floresta, Chico Mendes, no Acre, é invadida por quase 10 mil cabeças de gado e o desmatamento chega a 6,3% da área total, segundo dados da SIPAM (Sistema de Proteção Amazônica).
Além das queimadas, dos ataques ás seringueiras pelos pecuaristas, o rebanho chega a 8.431 cabeças de gado, impossibilitando o trabalho do único fiscal José Carlos Nunes Silva, que tenta conter o avanço da desagregação da floresta.
Após 20 anos do assassinato de Chico Mendes, o desmatamento alcança níveis alarmantes numa área que deveria ser de reserva e conservação.

Yrley Morato


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Gado avança em reserva Chico Mendes
Folha Online



http://http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u447194.shtml




Lula pede voto para Marta na periferia


Neste sábado, dia 20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um comício na campanha da candidata do PT Marta Suplicy, no bairro da Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte de São Paulo, no intuito de conquistar o voto de novos eleitores.
Segundo a última pesquisa do Datafolha nas proximidades das Av. Inajar de Souza e General Penha Brasil, se concentra o eleitorado que não votaria na Marta, fazendo com que ela perdesse 9 pontos percentuais nessa região da periferia. Entretanto, a candidata continua na frente dos seus concorrentes Geraldo Alckimin e Gilberto Kassab, mesmo nos bairros onde a sua pontuação caiu nas pequisas.
Com a presença de Lula e dos governadores do Ceará Cid Gomes e do Sergipe Marcelo Deda, Marta apostou na empatia do presidente e de seus aliados para recuperar os pontos perdidos e tentar se reeleger como prefeita da cidade. Estima-se que 8.000 pessoas assistiram ao comício.

Yrley Morato


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domingo, 21 de setembro de 2008

Metrópoles Cruéis

O mundo capitalista é mecânico, cruel e egocêntrico, numa busca desenfreada por acúmulo de bens ou mesmo para adquirir o mínimo para subsistência, às pessoas se esquecem que aquele motoqueiro apresado, o motorista do carro ao lado, do ônibus, do caminhão ou os milhares que se acotovelam no metro, são seus semelhantes com sentimentos, sonhos, emoções e em sua grande maioria se tratam como se fossem obstáculos que devem ser rompidos pela corrida de uma vida agitada e estressante, vivida por quem escolhe viver em grandes cidades.
Segundo estatísticas, atualmente 80% da população brasileira são urbanas, nas ultimas décadas vimos um rápido e voraz crescimento desordenado dos grandes centros urbanos, que trouxe inúmeros problemas amargados principalmente pela população de baixa renda, com o alto preço dos imóveis, estas pessoas são empurradas para o submundo das periferias, formando aglomerações humanas miseráveis (favelas) que de humano não tem nada, sem o mínimo de infra-estrutura como: rede de esgoto, água encanada, assistência médica, transportes etc.
A baixa escolaridade, incapacitação profissional e a falta de oportunidades, disponibilizam a estas pessoas como única fonte de refúgio na busca pela sobrevivência, os depósitos sanitários (os lixões) e o lado sombrio desta realidade é que muitos deste se alimentam de restos de comida em decomposição. Infelizmente está é uma triste realidade das metrópoles de países em desenvolvimento, onde pessoas se camuflam nos dejetos do lixo urbano e são estereotipadas pela sociedade como vermes que consomem o que não lhe é mais necessário, vagueiam pelas ruas e avenidas com suas mansões e edifícios luxuosos que invocam uma superioridade triunfante.
A desigualdade social mostra seus reflexos, onde o luxo e a miséria, o fútil e o necessário vivem lado a lado numa arquitetura urbana real e que os veículos de comunicação em suas belas produções áudio visuais, evidencia apenas a face radiante do poder capitalista.
Por
André Andrade