sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Fetichismo




Fetiche: Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem, ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto (AURÉLIO, Mini Dic.,2000).

A imagem do que é diferente e ousado, chama a atenção aos nossos olhos e pode ser visto com crítica, ou fascínio, por se despojar de conceitos pré-estabelecidos pela sociedade. Assumindo um personagem com “personalidade” por meio de objetos, roupas e atitudes fantasiosas, que perturbam o inconsciente dos indivíduos, desde os mais conservadores por considerarem as armas de sedução um desacato ao pudor, até os adeptos e simpatizantes que atribuem ao fetiche um mundo diferente do real e buscam na fantasia novas formas de prazer.
O fetichismo é pervertido, pois ultrapassa os limites e não estabelece barreiras na busca da satisfação sexual. Quando uma mulher se veste com trajes ousados, decotados, estampas chamativas e animalescas, saias e vestidos curtos, salto alto, maquiagem carregada; ou quando o homem usa roupas íntimas brancas, atenuando o volume da região genital, perfumes marcantes, ou deixam o peito á mostra com atitudes e olhares insinuantes; eles estão usando a sensualidade de forma provocante, associadas ao fetiche.
Tanto a mídia, quanto a indústria da moda já trabalham com artigos destinados a todo tipo de público, que se deleita na fantasia erótica.
Personagens comparados com profissionais fardados como: enfermeiras, policiais, bombeiros, etc., adereços como: algemas, botas cano-alto, meia-calças com corpete e cinta-liga, além de filmes pornôs, contribuem para que o sexo fuja do convencional, porém o equilíbrio entre a realidade e a fantasia é essencial para que satisfação seja atingida sem tornar-se patológica.
O fetiche é uma forma de demonstrar poder sobre o outro, que ao se deixar dominar visa também os seus desejos íntimos, e quem não aceita ser submisso, sente prazer ao tomar partido e ser dono da situação. Em ambos os casos a busca do deleite prevalece, e se torna doentia quando é considerada insaciável, incontrolável, masoquista e perturbadora, invadindo e alterando as relações, causando dúvidas com relação ao conhecimento de si mesmo.
O homem é um animal racional, que no sexo obedece aos seus instintos, entretanto, para que o corpo e a mente estejam interligados, respondendo de uma maneira saudável aos seus desejos e anseios, não se deve confundir satisfação e ilusão com dependência e alienação, e só assim, de forma surreal, atingir o êxtase.


Yrley Morato

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