sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Quem ama mata?


A paixão é um sentimento associado à ansiedade, ao prazer e a conquista que muitas vezes é confundida com o amor, mas que deve ser bem ponderada para não tornar-se um sentimento destrutivo e avassalador. Quem não admite a rejeição num relacionamento a dois, não consegue administrar a dor, a perda, a insatisfação e o vazio existencial provocado com a separação, sentindo-se vítima e humilhada com o término da relação. As conseqüências desse comportamento geram o ódio, obsessão e desejo de vingança, trazendo conseqüências graves para os envolvidos.
No Brasil houveram muitos casos famosos de crimes passionais com histórias de traição, egoísmo, inveja ou não aceitação do rompimento, entre eles podemos citar os casos de: Pimenta Neves, Lindomar Castilho, Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, e o mais recente episódio de vingança tão abordado pela mídia sobre o crime de seqüestro e assassinato no caso Lindemberg, que matou Eloá dentro de sua própria casa, mostrando-se um sujeito possessivo e violento que justificou sua atitude devido ao desconforto de ser deixado pela namorada.
Com um perfil patológico os crimes passionais demonstram um desequilíbrio emocional dos assassinos, decorrentes de diversos fatores de nível social ou psicológico, transmitindo uma sensação de poder sobre a vítima e sobre a situação nas atitudes dos criminosos.
Existem casos premeditados e cruéis e, outros levados pela ira e pelo transtorno justificado como ato impensado e momentâneo, mas na maioria das vezes praticados por homens com índole machista, que não aceitam a submissão e a humilhação, e que julgam matar por amor.
É necessário conhecer e saber administrar os nossos medos desde crianças, para não culparmos e potencializarmos nos outros os motivos de nossas perdas e angústias.
Se pudéssemos discernir com racionalidade o que é amor, paixão e afeto e ter controle das nossas emoções, saberíamos responder melhor pelos atos praticados pela sociedade, que torna-se cada vez mais doentia.


Yrley Morato

Nenhum comentário: