segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O poder das imagens


Sem dúvida os programas televisionais, mais assistidos pela massa são os jornais, novelas e programas de auditório.
Os jornais seguem praticamente a mesma receita: uma notícia a ser desenvolvida envolvendo economia ou política, outra divulgando um crime, aí vem o esporte e curiosidades do dia-dia. Existem outros fatos que merecem divulgação, porém, estes sem relevância de interesse comercial. Não tem marketing.
As novelas quando não são assumidamente “canastronas” como as do México, são cheias de propaganda, onde cenas mais irrelevantes ao contexto da trama são interrompidas para o anúncio de uma grande marca. Associando o adjetivo citado à prática dos anunciantes investirem uma boa quantia para aparecerem em horário nobre e dentro de outro “produto” com garantia de audiência. Investimento certo.
Os programas de palco, em sua maioria, promovem o aparecimento de pessoas já vistas em novelas, de grupos musicais ou músicos, personalidades, estas, convidadas ou que devem sua presença, ao trabalho de seus assessores contratados. Notoriedade comprada.
A televisão proporciona ao telespectador, uma sensação de relaxamento, traz imagens rápidas e fáceis de serem entendidas, principalmente, pelo trabalhador que desgastado fisicamente e mentalmente não resiste à cultura de se despejar no sofá com o controle remoto na mão.
O diálogo entre familiares fica para depois, o programa alternativo para outro dia, ou nem mesmo faz parte dos planos, e a conversa com os amigos pode ser pelo computador. As idéias trocadas são sobre o conteúdo que assistem, e muitas vezes não é de forma óbvia, como o fato de comentar o que aconteceu com tal personagem.
É fácil escutarmos: ”Você viu o vestido ou o sapato de fulana de tal na novela?” ou “Não suporto mais meu casamento,” depois de ter vislumbrado a vida fictícia de uma personagem super auto-suficiente e bonita, aquela beleza montada da moda do momento, é claro.
A essência do ser humano, os anseios de verdade, a vida como ela é, existem, mas estão sempre dormindo na vida de muitos, estes que constituem a tão citada massa.


Mariana Guedes

sábado, 15 de novembro de 2008

Ética, Moral e Deontologia


Praticar a ética é determinar a melhor conduta, por meio de princípios e valores estabelecidos com base na sabedoria e justiça. Ser ético significa agir visando o bem comum não apenas pra si, mas com relação ao outro, ou ao conjunto.
A moral é definida com base no julgamento da sociedade e de um modo geral, compara e decide pela opinião da maioria. O amoral não se insere na moralidade por indiferença, ou por ignorância, enquanto que o imoral “nada contra a corrente”, ou seja, inflige às regras e vai contra as normas morais.
A Deontologia está relacionada com a conduta profissional adotada pela empresa, isto é, as regras devem ser obedecidas para manter a ordem e o cumprimento dos deveres sem visar o benefício próprio, ou restrinção de pessoas. Em algumas profissões é estabelecido o código de ética e caso seja desrespeitado, implica em punições.
A ética vem antes da moral, pois dita as regras e os valores do indivíduo com relação ao meio onde vive. A moral é avaliada com base no respeito e cumprimento da ética, já a Deontologia visa a moral e a ética na conduta do indivíduo no exercício da profissão de acordo com as normas da empresa onde trabalha. A lei se refere às obrigações, e o indivíduo pode ser punido, caso não siga as ordens e normas estabelecidas.


Yrley Morato

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Horário, por que te quero?



Há três anos e meio, dos cinco anos trabalhados como assistente administrativa na Center Odonto, Comércio e Assistência Técnica de Equipamentos Odontológicos, (olha o Lead aí gente ...) tento mudar uma rotina que de fato me incomoda: PARAR DE CHEGAR ATRASADA. Preferi aumentar a letra nesta frase, pois essa meta vem funcionando como um aviso constante em minha cabeça, daquele tipo que se coloca em banheiro público: “PUXAR A DESCARGA APÓS O USO” ou “NÃO JOGAR PAPEL NO VASO SANITÁRIO”.
Essa estranha mania que com certeza vem me perseguindo como um encostozinho de humor negro de 5ª (tá escutando?) insiste em me irritar.
Foram várias as medidas, vários os conselhos. Não só acordo às 6h00, o que já é um grande feito, pois não durmo antes das 2h00, como coloco a roupa do dia seguinte no cabide, na porta do guarda-roupa. Rotina de exército, que, aliás, nem gosto, mas admito que quebra um galho, aprendi com meu esposo. Outro que me irrita, tudo bem que entra mais cedo, mas mesmo assim, acho muito conveniente suas manhãs. Levanta, toma um banho, coloca sua roupinha, beija nossa filha (que ainda dorme) eu (bem gostoso) e faz um cafuné no Carlito (nosso cachorrinho) saindo todo prosa para trabalhar e quando reclamo, ainda diz:
- Pô Má! Temos obrigações diferentes. Tenta acordar mais cedo. (Que filha ... deixa pra lá, gosto da minha sogra)
Aí chega minha vez, pra lá e pra cá e querendo vencer o tempo já me atrapalho com meu próprio passo descompassado. Vou ao encontro da minha filha, dou vários beijos, ergo seu corpinho pela metade e tiro sua camisola. Coloco a parte de cima da roupa e apesar de seu olho ainda fechado, vou conversando com seu ouvido esperando que o seu subconsciente me ajude. Dou mais um tempo para ela, e novamente no meu quarto escutando o noticiário, me troco. Acabo, volto para terminar o outra troca de roupa e lá está ela, coberta novamente e ainda no 13º sono.
- Chega Ingrid, acorda!
Com um tom de voz mais firme e elevado, a frase sempre funciona como um eficaz despertador. Desperta como uma lagartixinha fazendo alongamento e toda dengosa solicita:
- Mamãe, faz tetê!
- Bom dia né, Dna. Filha! Lembro a minha patroa.
Desço correndo para cozinha, levo leves mordidinhas do meu cachorro na ponta do dedão do pé, afinal ele está querendo brincar e enquanto preparo o leite da minha senhora, tomo o meu, andando a caminho da sala, onde penteando os cabelos ela me aguarda e assiste um pouco de desenho. Até aí já são 7H15.
Pego toda a bagagem diária (material da faculdade, minha bolsa e as coisas dela) e chispo para a casa de minha mãe, parada obrigatória, antes de chegar no serviço. A casa da vovó, a dois quarteirões e meio da minha, fica distante quando minha filha não consegue acompanhar o passão da mãe aqui, que ansiosa, sabe da impossibilidade de carregá-la (são 26 kilos) ou até mesmo propor uma corrida para ver quem chega primeiro.
Finalmente chegando, já são 7h35, disponho novamente seu lanche, agora em outra geladeira. Deixo os pertences da escola devidamente separados e saio em disparada rumo ao ponto de ônibus, balançando minha outra filha, toda agitada dentro da barriga. O transporte coletivo que obedece a determinados horários vai passar umas 7h50 e contando com um trânsito muito infernal, daqueles que além de infinitos carros contam com vários adestradores, (faróis) é lógico que não vou conseguir chegar naquele que parece o inatingível horário de entrada, 8h00 da manhã.
Inacreditável! Mais uma vez chegando cansada e atrasada. E como se não bastasse, tem os comentários, os olhares de julgamento, as gracinhas sem graças do tipo: - Boa noite, Dna. Mariana! E claro, o cumprimento cordial da chefia que não acontece. Imagino os vários conceitos que formam. Preguiçosa, desorganizada, folgada ...
Só que no 5º dia útil, meu salário está todinho lá e no final das contas sobra mais consideração do que críticas. Sim, já chegaram a descontar duas vezes e no início do drama, também cheguei a tomar uma advertência. Mas hoje percebo que se tornou uma característica (pra não falar defeito) que sempre lutei para não ser a principal, e enquanto muitos, que chegaram pontualmente estão sem fazer nada até às 8h22, (minha marca) eu estou pronta para rodar. Daí, talvez a produtividade, valha mais que o arcaico cartão de ponto.
Hoje, só para constar não cheguei às 8H22, mas às 8h24.

Mariana Guedes

Comportamento midiático


Já muito comentado por estudiosos do assunto, os termos “comunicação de massa” ou “sociedade de massa”, podem significar a criação de informações para uma coletividade indiferenciável de indivíduos, ainda que venham de ambientes diferentes. Agindo da mesma forma e por falta de tempo, devido à integração total do sistema de consumo, não vivem de acordo com sua essência e, simplesmente existindo, vão se desapegando das tradições, tornando-se facilmente manipulados de diversas formas.
A mídia conhecida também por quarto poder, apesar de mudar na maioria das vezes de posição chegando ao primeiro, é forte, pois com sua capacidade de propagação agenda (agenda-setting) conteúdos específicos que comprados, fazem a mente do “grande público” e determinam comportamentos.
Outro meio a ser citado como agendamento, é o esquema de educação, que antigamente ensinava os primeiros princípios ao ser humano em casa. Agora os pais preocupados em manterem seus filhos em padrões sociais estabelecidos, principalmente os de classe média e alta (os de classe baixa não tem muita opção), transferem a responsabilidade às escolas, entre outras instituições que possuem valores também ligados ao consumo.
A maior parte da rede de ensino escolar, inclusive as públicas, não promove aspectos sócio-construtivistas que visam o método de aprendizado por reflexão, mas sim o da repetição, e de forma técnica, vai ensinando nossas crianças por memorização, o que não proporciona necessariamente o entendimento.
Criam-se lacunas e a maioria dos meios de comunicação vão trabalhando em “solo fértil”. A falta de “capacidade” de uns ou estímulo dispensado a estes, é o pão de outros.
O senso crítico que em menor escala existe e resiste, não chega a provocar revoluções, uma vez que a cultura genuína é duramente sufocada e desvalorizada.

Mariana Guedes

Cegueira social



É comum buscarmos a verdade, a alma de uma pessoa, fixando nosso olhar em seus olhos. E quando nos falta esta ferramenta? Olhamos, mas enxergamos?
Tempo de crise, um mundo sem tempo para compaixão, a guerra dos sentidos humanos aflorada e a luta pela sobrevivência, são uns dos temas retratados no longa, "Ensaio sobre a cegueira".
O filme dirigido por Fernando Meirelles, adaptação do livro do escritor português José Saramago, provoca grandes reações e como se não bastasse, incomoda e abre a complexas interpretações. Para ser subentendido em seu sentido próprio e figurado, narra a saga de uma cidade vítima de uma inédita praga: a “cegueira branca”, que sem grau de surgimento, acomete as pessoas de forma incurável.
Impossibilitadas de enxergar e carregando o peso de infectar seu próximo, são afastadas pelo governo para um abrigo, onde lá vivem somente com pessoas tão "incapazes" quanto a si próprias.
O filme que conta com interpretações como a de: Mark Ruffalo, Danny Glover e Alice Braga, teve também a feliz escolha da protagonista Julianne Moore. De forma visceral, a atriz interpreta a mulher do médico, única personagem a não se contagiar com a doença, mesmo em constante contato com os infectados, mas que em compensação tem a visão panorâmica de enxergar o comportamento exercido pelo homem, quando este se vê em profundas adversidades.
Tudo que é instinto vigora. A civilização que impera na sociedade cai e a primitiva cultura forçosamente criada, mostra o ser humano talvez no seu mais cruel estado de natureza.
Não à toa, o cenário mais mostrado do filme tem a semelhança de um campo de concentração. A falta de nomes e história dos personagens passa despercebida durante o filme, tamanha a intensidade que o desenrolar da trama estabelece.
Placas, locais, carros são alguns dos adereços norte americanos que surge na cidade de São Paulo, onde o filme foi rodado e fica difícil reconhecer a cidade brasileira, facilitando um “olhar estrangeiro”.
Já reconhecido por suas direções de Cidade de Deus e Jardineiro Fiel, Meirelles destaca-se mais uma vez pelo viés genuíno de filmar, mostrando com o poder das imagens uma instigante obra de arte, com cenas demonstrando sentimentos coexistentes no nosso íntimo e que despertam beleza e horror, quando realmente vemos.


Mariana Guedes

Novos adultos



O tema “inversão de valores”, nunca esteve tão em voga como atualmente. Só que o seu grau de surgimento não necessariamente aparece na fase adulta.
Nossas crianças já são educadas na sociedade consumista, esta vendida como moderna. São pequenos executivos, cheios de responsabilidade e carregados das expectativas de seus pais. Hoje, elas devem ser protegidas de tudo, mas ao mesmo tempo munidas de um ensino escolar imprescindivelmente particular, que proporcione as condições de se tornarem bem sucedidas.
Já apontado pela historiadora, Mary Del Priore, autora de História das Crianças do Brasil (Contexto), o modelo atual de infância é: “Pobre de conteúdo e transforma a criança em adulto em pouco tempo, com apelos excessivos ao consumo e à sexualização.”
Essa realidade cada vez mais aflorada, tem como reforço outro alvo capitalista: A falta de limites pela busca do sucesso. A solidão e a carência, por quais os filhos tem passado, podem ser analisadas pela constante perseguição à eterna juventude. Não entendida de forma interior, mas na aparência, a maturidade é outro assunto que não é visto na nossa sociedade como algo de valor, de mérito, e com isso podemos lembrar de onde vem a distância e a falta de comprometimento com a formação do caráter dos pequenos. Não é incomum, observarmos pais preocupados em se manterem nos padrões sociais e com isso barganharem com seus filhos sua ausência de forma material.
Além do nível de educação, vêm os presentes, muitos de altos valores quando comparamos com uma compra mensal de produtos alimentícios e que antes de serem adquiridos, foram apresentados em “encantados comerciais”, estes nem notados pela família, pois afinal não temos tempo.
Não há espera, merecimento, disciplina ou um eficiente e simples: Não. A maioria dos responsáveis legais concedem os pedidos realizados sem pestanejar.
É fato que a crescente participação feminina no mercado de trabalho, a partir da década de 80, explica muito do que vivemos hoje, mas não é a grande responsável. É inevitável a delegação de papéis, entre escola, babás e psicólogas, porém, a saída ainda não é a exclusão da mulher do trabalho externo.
“O que precisamos é desprendimento para investir no relacionamento com o filho. Não importa se o tempo disponível é grande ou pequeno. A qualidade da convivência depende mais de se mostrar afetuoso e companheiro”, explica o psicólogo Hélio Deliberador.
Antes de tudo, é importante questionarmos as regras antes de obedecermos. Tomar nossa vida pelas mãos, é na verdade a “meta” que devemos conquistar. São diversos mundos, freneticamente apresentados, que não servem para construção dos nossos futuros cidadãos, estes que, aliás, não devem ser criados dentro de uma redoma, mas sim sustentados com senso de crítica, afim de não se tornarem tiranos em potencial.


Mariana Guedes

Quem ama mata?


A paixão é um sentimento associado à ansiedade, ao prazer e a conquista que muitas vezes é confundida com o amor, mas que deve ser bem ponderada para não tornar-se um sentimento destrutivo e avassalador. Quem não admite a rejeição num relacionamento a dois, não consegue administrar a dor, a perda, a insatisfação e o vazio existencial provocado com a separação, sentindo-se vítima e humilhada com o término da relação. As conseqüências desse comportamento geram o ódio, obsessão e desejo de vingança, trazendo conseqüências graves para os envolvidos.
No Brasil houveram muitos casos famosos de crimes passionais com histórias de traição, egoísmo, inveja ou não aceitação do rompimento, entre eles podemos citar os casos de: Pimenta Neves, Lindomar Castilho, Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, e o mais recente episódio de vingança tão abordado pela mídia sobre o crime de seqüestro e assassinato no caso Lindemberg, que matou Eloá dentro de sua própria casa, mostrando-se um sujeito possessivo e violento que justificou sua atitude devido ao desconforto de ser deixado pela namorada.
Com um perfil patológico os crimes passionais demonstram um desequilíbrio emocional dos assassinos, decorrentes de diversos fatores de nível social ou psicológico, transmitindo uma sensação de poder sobre a vítima e sobre a situação nas atitudes dos criminosos.
Existem casos premeditados e cruéis e, outros levados pela ira e pelo transtorno justificado como ato impensado e momentâneo, mas na maioria das vezes praticados por homens com índole machista, que não aceitam a submissão e a humilhação, e que julgam matar por amor.
É necessário conhecer e saber administrar os nossos medos desde crianças, para não culparmos e potencializarmos nos outros os motivos de nossas perdas e angústias.
Se pudéssemos discernir com racionalidade o que é amor, paixão e afeto e ter controle das nossas emoções, saberíamos responder melhor pelos atos praticados pela sociedade, que torna-se cada vez mais doentia.


Yrley Morato

A VAIDADE MASCULINA


Desde a Antigüidade a beleza masculina já era sinônimo de força, saúde, poder, liberdade e admiração. Retratados em obras de pintores famosos como “A criação de Adão” de Michelangelo e esculpido em mármore como a obra de “David”, a imagem da beleza masculina ainda é vista em corpos esculturais quase perfeitos, atléticos, fortes e bem tratados, associado ao sucesso entre as mulheres e considerado um atributo a mais para o destaque profissional.
A partir das antigas civilizações como os povos egípcios, romanos e gregos que através da arte demonstraram sua cultura, costumes e mudanças de comportamento, notamos que a beleza masculina era relacionada à liderança e tratada como símbolo de veneração e adoração.
As mulheres sempre lutaram pela autonomia e pela igualdade e as conquistas que obtiveram através dos tempos, criaram um conceito e uma visão da realidade que aos poucos é transmitida para os homens modernos, e as tarefas antes vistas como uma obrigação feminina, como cozinhar e cuidar da casa, hoje também são realizadas por eles. Essa mudança no comportamento afeta o contexto social, e contribui para que a preocupação com a aparência não se limite às mulheres, mas dá abertura e liberdade para que os homens tenham acesso a esse mercado cosmético e estético, mesmo que ainda sintam-se constrangidos.
Atualmente é notório e perceptível, o crescimento da indústria cosmética e dos investimentos nas academias de ginástica e nas clínicas de tratamento estético destinados a esse público, já que aumenta cada vez mais o número de homens que buscam satisfação, juventude e perfeição diante do espelho.
Ser bonito e bem cuidado inspira confiança e credibilidade e é fundamental no primeiro contato, seja numa entrevista de emprego, ou numa paquera.
A beleza agrega tanto na vida pessoal, quanto profissional, pois aumenta o ego, melhora o bem-estar e a auto-estima, além de facilitar nas conquistas.
A cada ano que passa a preocupação com a vaidade entre os homens está aumentando, associada ao sucesso e a busca de maiores oportunidades.Em 2006 as pesquisas já mostravam que 71% dos homens consideravam importante ter os cabelos bem tratados, 58% já se preocupavam com a limpeza do rosto, 76% já gostavam de cuidar das unhas, 40% compraram alguma peça de roupa no período inferior a um mês, 68% admitiram a hipótese de fazer uma cirurgia plástica para corrigir ou melhorar a aparência e dessa forma, contribuíram e inseriram-se no mercado estético, segundo a pesquisa da Adonis Report, realizada pela 2B Brasil Marketing.
O Brasil é o sexto mercado mundial em consumo de cosméticos pelo público masculino, que hoje representa 16% dos consumidores, o dobro do percentual registrado no início dos anos 90, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). As cirurgias plásticas e estéticas também estão atraindo a clientela masculina entretanto, os homens exigem qualidade, conforto e satisfação no resultado, quando procuram esses serviços.
As empresas e as clínicas estéticas procuram fidelizar esse público masculino oferecendo confiança e discrição a seus clientes.

O reflexo do espelho
A beleza imposta pela mídia e propagada por meio da globalização é outro fator importante para o avanço na indústria cosmética e estética, pois propõe um perfil padrão tanto para as mulheres, quanto para os homens que se espelham em artistas famosos para tentar se adequar as exigências da sociedade. Porém, o rótulo de “metrossexual” nos dias atuais é representado por homens que quebram tabus, procuram aliar conforto e bom gosto no vestuário, sabem se cuidar, estão familiarizados em diversos assuntos, e que apesar das críticas são másculos e heterossexuais.

O homem moderno
Cuidar da aparência é importante sim, mas o fundamental é manter a saúde e o bem-estar, aliada a boa forma física. Vale a pena lembrar o mito de Narciso que afogou-se por gostar de contemplar a sua beleza refletida num lago, e por não notar mais nada a sua volta.
Contudo, o homem moderno e inteligente sabe dosar dos benefícios que a inovação traz sem se preocupar com as críticas e sem se frustrar, quando o que lhe interessa realmente é agradar as mulheres e a si mesmo.


Yrley Morato

Fetichismo




Fetiche: Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem, ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto (AURÉLIO, Mini Dic.,2000).

A imagem do que é diferente e ousado, chama a atenção aos nossos olhos e pode ser visto com crítica, ou fascínio, por se despojar de conceitos pré-estabelecidos pela sociedade. Assumindo um personagem com “personalidade” por meio de objetos, roupas e atitudes fantasiosas, que perturbam o inconsciente dos indivíduos, desde os mais conservadores por considerarem as armas de sedução um desacato ao pudor, até os adeptos e simpatizantes que atribuem ao fetiche um mundo diferente do real e buscam na fantasia novas formas de prazer.
O fetichismo é pervertido, pois ultrapassa os limites e não estabelece barreiras na busca da satisfação sexual. Quando uma mulher se veste com trajes ousados, decotados, estampas chamativas e animalescas, saias e vestidos curtos, salto alto, maquiagem carregada; ou quando o homem usa roupas íntimas brancas, atenuando o volume da região genital, perfumes marcantes, ou deixam o peito á mostra com atitudes e olhares insinuantes; eles estão usando a sensualidade de forma provocante, associadas ao fetiche.
Tanto a mídia, quanto a indústria da moda já trabalham com artigos destinados a todo tipo de público, que se deleita na fantasia erótica.
Personagens comparados com profissionais fardados como: enfermeiras, policiais, bombeiros, etc., adereços como: algemas, botas cano-alto, meia-calças com corpete e cinta-liga, além de filmes pornôs, contribuem para que o sexo fuja do convencional, porém o equilíbrio entre a realidade e a fantasia é essencial para que satisfação seja atingida sem tornar-se patológica.
O fetiche é uma forma de demonstrar poder sobre o outro, que ao se deixar dominar visa também os seus desejos íntimos, e quem não aceita ser submisso, sente prazer ao tomar partido e ser dono da situação. Em ambos os casos a busca do deleite prevalece, e se torna doentia quando é considerada insaciável, incontrolável, masoquista e perturbadora, invadindo e alterando as relações, causando dúvidas com relação ao conhecimento de si mesmo.
O homem é um animal racional, que no sexo obedece aos seus instintos, entretanto, para que o corpo e a mente estejam interligados, respondendo de uma maneira saudável aos seus desejos e anseios, não se deve confundir satisfação e ilusão com dependência e alienação, e só assim, de forma surreal, atingir o êxtase.


Yrley Morato